Conhecido como 'clássico da amizade' no Rio de Janeiro, o duelo entre Botafogo e Vasco nesta terça-feira (5), às 21h30 (de Brasília), será disputado com um clima nada ameno entre as duas diretorias.
Afinal de contas, nos últimos meses, John Textor, dono da SAF botafoguense, e Pedrinho, presidente vascaíno, trocaram farpas publicamente com provocações e críticas sobre ambas as gestões nos últimos meses.
Tudo começou no início de julho, quando o empresário norte-americano afirmou que o clube rival deveria ter esperado a empresa "violar alguma cláusula do acordo" com a 777 Partners, empresa que tinha o controle majoritário do clube.
Pouco depois, as declarações foram rebatidas por Pedrinho durante o sorteio das oitavas da Copa do Brasil. "Com muito respeito ao Textor, ele mexeu em um campo que ele não tem conhecimento do que a gente tem. Ele falou que a 777 não descumpriu nada, e a 777 descumpriu várias coisas. Ele não tem acesso ao contrato".
Após toda a repercussão, Textor fez uma publicação nas redes sociais onde afirmou que Pedrinho está "100% correto" e que seus comentários sobre o imbróglio foram somente "teóricos", colocando panos quentes no caso.
"O presidente Pedrinho está 100% correto. Não conheço os fatos do desastre da 777 e tenho a certeza de que é uma grande luta lidar com a natureza imprevisível do drama em evolução da 777. Os meus comentários foram certamente teóricos e eu estava apenas tentando falar sobre o impacto que esta situação tem nas percepções globais. Aplaudo seus esforços para proteger seu clube e desejo ao Vasco apenas os melhores resultados (a menos que nos enfrentemos, é claro!)", escreveu, em sua conta oficial no Instagram.
Em setembro, porém, o clima voltou a azedar após reunião entre clubes do Brasileirão para discutir fair play financeiro sem a presença de John Textor. O empresário não gostou do fato e demonstrou surpresa com a presença de Pedrinho.
"Eu recentemente conheci o Pedrinho, do Vasco. Eu tenho conhecimento do contrato de SAF que o Vasco fez com a 777, que tinha um valor de investimento muito mais alto do que o do Botafogo. Foi uma surpresa minha saber que o Pedrinho estava nessa reunião, que eu não fui convidado, discutindo temas como limite de investimento. Porém, se a 777 tivesse ainda hoje no Vasco, eles estariam investindo assim como o Botafogo", afirmou o norte-americano.
No dia seguinte, o mandatário cruzmaltino usou as redes sociais para rebater a fala de Textor com uma contundente nota oficial. "John Textor, na sua insistência de falar o que não sabe, mentiu ao afirmar que eu estava presente na reunião da Comissão Nacional de Clubes. O Vasco foi representado pelo nosso CEO, Carlos Amodeo".
"As pessoas precisam entender, de uma vez por todas, que o Vasco de hoje tem representatividade, e não se calará jamais diante de qualquer insinuação infundada, e ninguém mais vai faltar com o respeito com a instituição que me ensinou o que é ser ético e não mentir", completou.
A polêmica, porém, se estendeu nos dias seguintes, com Pedrinho, em entrevista ao Canal do Igor Rodrigues, no Youtube, chegando a afirmar que Textor "mentiu" ao falar sobre a reunião e sua presença.
"Enquanto eu for presidente, todas as vezes que ele me citar ou citar o Vasco, ele vai ter uma resposta à altura. Primeiro porque ele mentiu, eu nunca estive presente (na reunião na CBF), eu mandei representante e mandarei sempre. O assunto não era especificamente fair play financeiro, e o representante do Vasco, o CEO (Carlos Amodeo), ele não foi lá para isso", apontou.
Agora, o próximo embate será dentro de campo. O Botafogo quer se manter no topo do Brasileirão, enquanto o Vasco ainda sonha com uma classificação para a CONMEBOL Libertadores. Dessa vez, os dirigentes deixarão o protagonismo para os jogadores.