O Vasco recebeu o Puerto Cabello em São Januário e fez o dever de casa: venceu a equipe venezuelana. O gol de Vegetti deu os três pontos para o time carioca e deixou o clube na primeira posição do Grupo G da Sul-Americana. Mas a atuação coletiva do time mostrou pouca evolução, e a pressão em cima do treinador Fábio Carille segue enorme.
Pressionado no cargo de técnico, Carille voltou com o que tem de melhor para enfrentar o Puerto Cabello, depois da derrota sofrida para o Corinthians. O Vasco tentava a primeira vitória na competição, já que na primeira rodada sofreu o empate amargo em 3 a 3 contra o Melgar. Outro tropeço seria fatal para a continuidade do trabalho do técnico.
Duas versões no primeiro tempo
A novidade na escalação foi a entrada de Tchê Tchê na vaga de Paulinho. O Vasco começou o jogo com dificuldades, errando muito na construção das jogadas. A dupla de zaga e o meio de campo tinha problemas para encaixar os passes e acionar os lados, enquanto o Puerto Cabello arriscava alguns contra-golpes em velocidade, mas sem assustar.
Até a marca dos 30 minutos, as chegadas do Vasco com mais perigo foram em uma cabeçada de Vegetti, aos 13 minutos — que Romero fez grande defesa —, em uma cabeçada de Lemos, aos 19 — que Contreras salvou —, e em uma furada de Vegetti, em cruzamento de Nuno Moreira, aos 27. Neste período da partida, a equipe carioca tinha mais a posse de bola, mas criava chances sem tanto ímpeto.
O cenário mudou a partir dos 30 minutos, quando o Vasco impôs o ritmo de jogo e empilhou chances em pouco tempo. Depois de ótimo passe de Nuno pela esquerda para PH, o lateral cruzou na cabeça de Coutinho, que parou em um milagre defendido por Romero. A bola ainda foi na trave depois da defesa. Logo depois, Tchê Tchê acionou Vegetti em profundidade, mas o argentino perdeu. Depois, Nuno tocou para Coutinho, e o camisa 11 chutou em cima do goleiro.
O Vasco martelava e rondava a área do Puerto Cabello, mas abusava dos cruzamentos e jogava a bola de qualquer jeito para a área — o que já irritava a torcida em São Januário. Até que aos 46, pouco antes do intervalo, Garré cruzou pela esquerda, e Vegetti deu um de seus cabeceios improváveis para abrir o placar e decidir mais uma vez. Gol que o tornou o segundo maior artilheiro estrangeiro da história do clube.
Coutinho tenta, mas não salva segundo tempo insosso
O Vasco voltou para o segundo tempo em cima do Puerto Cabello e com Coutinho querendo demais — com a licença da música sobre o camisa 11.
O meia teve ao menos quatro oportunidades de fazer o segundo gol vascaíno, mas parou em uma grande atuação de Romero. Um chute de muito longe, em que o goleiro voltou depois de entregar a bola e defendeu, uma cobrança de falta e dois chutes dentro da área defendidos pelo goleiro.
No entanto, na jogada do último chute de Coutinho, o meia sentiu uma dor na perna direita e pediu para sair. Carille optou pela entrada de Payet no meio e sacou também Garré na direita para Loide entrar. A partir daí, o Vasco não foi mais o mesmo no jogo — muito pela postura do angolano em campo e pela falta de controle da partida.
No primeiro lance de Loide na partida, ele perdeu a posse da bola ao estar andando e ser desarmado sem grandes esforços pelo adversário. Depois, não voltou para marcar. A impaciência da torcida, que já vinha pelas dificuldades do Vasco para fazer gols, aumentou com o angolano, que parecia estar descompromissado com a partida.
Loide foi para a ponta esquerda depois da saída de Nuno e a entrada de Rayan. Apesar do jovem atacante não ter entrado mal, o Vasco perdeu ainda mais controle sem o português e viu o Puerto Cabello, com muitas dificuldades, se lançar ao ataque e ameaçar uma pressão no fim do jogo.
Resultado "ok", atuação ruim e cenário conturbado
A vitória contra o Puerto Cabello foi um resultado justo pelo o que o Vasco criou na partida, mas a atuação ficou devendo e passou longe de convencer. O time sofreu para controlar a partida por mais tempo e não administrou bem a vantagem no fim da partida.
O trabalho de Fábio Carille não mostra grandes evoluções. O Vasco criou mais chances contra o Puerto Cabello, mas a fragilidade do adversário e a dependência de cruzamentos na área do time de Carille precisam ser levadas em conta. O time precisa de lampejos individuais, como jogadas de Coutinho e Nuno, cruzamentos de Piton e cabeceios de Vegetti para levar perigo ao gol adversário.
A pressão sobre Carille chegou a um ponto muito alto — no nível de, mesmo com o Vasco vencendo, o treinador ser xingado por quase todo o estádio com o jogo em andamento. Internamente, o trabalho também é alvo de críticas e insatisfação. Qualquer resultado fora do normal ou tropeço dá impressão de que o trabalho de Fábio Carille será interrompido.