O último capítulo da novela da renovação de Léo Jardim foi ao ar nesta quinta-feira. E com final feliz para todos os lados. O goleiro aceitou a proposta do Vasco e renovou o contrato até 2030. A negociação começou no ano passado e terminou apenas oito meses depois. Por que a demora? O que foi debatido? O ge explica tudo nesta reportagem.
Léo Jardim é destaque do Vasco desde que assumiu a meta do clube em 2023. Ele se tornou titular assim que chegou a São Januário e jamais deu espaço para a concorrência de Ivan, em 2023, Keiller, em 2024, e Daniel Fuzato, em 2025. Além disso, o goleiro chegou à seleção brasileira no início de 2024, convocado por Dorival Júnior para os amistosos contra Inglaterra e Espanha. Um dos astros da equipe desde sua chegada, o goleiro recebia salários bem abaixo de outros jogadores que sequer eram titulares.
Com isso, Léo Jardim se mostrou incomodado e reivindicou um aumento. As primeiras conversas começaram ainda na gestão da 777, com Alexandre Mattos, mas o negócio nunca foi muito para frente. As negociações começaram a avançar já com Pedrinho, que assumiu o controle do futebol vascaíno em julho do ano passado. Entendia-se que Jardim deveria ser uma prioridade do Vasco.
Nesse meio tempo, Léo Jardim recebia sondagens e interesses de clubes da Europa e do Brasil. O estafe e o atleta deram prioridade ao Vasco desde o início das negociações.
A primeira oferta nas mãos do estafe do goleiro, comandado por Paulo Pitombeira, da Talents Sports, foi feita em dezembro do ano passado. Um contrato até 2028, com opção de renovação até 2029, e um aumento salarial relevante, mas ainda distante do desejado. Entre a primeira proposta e a última, houve outras quatro ofertas. Até que a sexta realmente chegou no patamar desejado pelos representantes do goleiro, que entendia que Jardim deveria estar entre os principais salários do Vasco.
Quando o ge publicou a matéria do acerto, com exclusividade, nesta quinta-feira, o Vasco e o estafe de Léo Jardim faziam a última reunião antes da assinatura do contrato. A situação começou a andar rumo a um desfecho positivo em junho, quando Pedrinho, que estava em São Paulo pela CBF, e o CEO Amodeo, se reuniram com Paulo Pitombeira para uma última proposta.
De lá para cá, Admar Lopes finalizou os últimos detalhes para a renovação ser assinada. O diretor português tem ótima relação com Léo Jardim. O dirigente trabalhou com o goleiro no Lille entre 2019 e 2020. Ele também tem uma relação próxima com o empresário do jogador.
Com o protagonismo conquistado dentro de campo, a direção de Pedrinho queria valorizar Léo Jardim e proteger o goleiro do assédio de outros clubes, já que ele tinha contrato apenas até o fim de 2025. Com a renovação até 2030, o goleiro está atrás apenas de Philippe Coutinho em vencimentos salariais.
O estafe, o goleiro e o clube celebraram o acordo pela renovação. O Vasco apresentou um projeto para que Léo Jardim se torne um ídolo para a nova geração de torcedores, sendo um dos principais rostos do clube por bastante tempo. O goleiro quer ser campeão no clube.
A nova multa rescisória do goleiro será de 10 milhões de euros, o equivalente a R$ 64,8 milhões. O goleiro é titular absoluto do Vasco e disputou 138 dos 143 jogos possíveis desde a sua chegada ao clube. Ele nunca desfalcou a equipe em uma rodada de Brasileirão desde 2023.
Interesse de clubes europeus
Nos últimos meses, antes de a renovação sair do papel, Léo Jardim recusou negociar com o Galatasaray, da Turquia, e com um clube grande de Portugal. O goleiro está totalmente concentrado no Vasco e quer voltar à seleção brasileira. Ele se animou ainda mais com a possibilidade de treinar com Fernando Diniz, com quem tem trabalhado e evoluído no jogo com os pés e em outras partes do seu jogo.
Ele entende que chegou à seleção brasileira pelo Vasco e que pode ser convocado novamente pelo clube. Jardim é uma das lideranças do elenco no vestiário e tem uma boa relação com todo o grupo.
Léo Jardim já foi decisivo nesta temporada em diversas ocasiões, mas a mais especial foi na terceira fase da Copa do Brasil, na qual o goleiro defendeu três penalidades contra o Operário. Somente em classificações nos pênaltis na Copa do Brasil, Jardim já deu mais dinheiro ao Vasco do que o clube gastou nele.