Não é segredo nos corredores de São Januário que o atacante Rayan é visto como uma das maiores, senão a potencial maior venda que o clube deve fazer em sua história. O atacante, que brilhou na vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, na segunda-feira, substituindo Vegetti no ataque, voltou a ser alvo do Lyon, parte do grupo Eagle Football, do empresário John Textor, também dono do Botafogo.
A retomada das conversas, desta vez com uma proposta, foi noticiada pelo site ge, que descreve a negociação como “complexa” e ainda longe de uma conclusão. Mas o interesse no atleta de 18 anos é antigo. O Vasco já havia sido consultado anteriormente, não apenas pelo grupo de Textor, por um possível negócio.
Rayan reúne características raras para sua posição: é alto (1,85m), tem passada larga, habilidade, boa finalização cruzada e vem desenvolvendo ainda mais as arrancadas e o jogo aéreo nesta temporada. Contra o Bahia, roubou bolas e puxou contra-ataques importantes para o time de Rafael Paiva. Em seu momento mais importante na partida, invadiu a área, driblou dois defensores e acabou derrubado, em pênalti convertido por Payet, no segundo gol do Vasco.
O atacante fez sua estreia profissional no ano passado, quando marcou seu primeiro gol como profissional, em derrota por 2 a 1 para o Internacional. Superou Paulinho e se tornou o mais jovem a marcar pelo Vasco neste século, com 16 anos e 10 meses de idade na ocasião. Segundo atacante de ofício, vem atuando bastante como ponta direita e até como centroavante. Jogando centralizado, marcou contra o Criciúma e voltou a brilhar nesta segunda.
Filho do ex-zagueiro vascaíno Valkmar, Rayan defende a seleção brasileira desde o sub-15, após brilhar entre o futsal e o campo do clube. Desde então, é observado de perto por clubes europeus.
A venda de Rayan é tratada com cuidado pela diretoria de Pedrinho, que sabe da necessidade da entrada de caixa para a temporada que vem, em momento em que o clube tenta sustentar os custos altos deixados após o afastamento judicial da 777 Partners como sócia da SAF do clube. As chances do atacante deixar o clube em 2025 são altas. Até aqui, a maior venda da história do clube é a de Paulinho, hoje no Atlético-MG. O cruz-maltino embolsou cerca de R$ 85 milhões (em valores convertidos da época) na transferência do atacante ao Bayer Leverkusen.
— O clube gera algumas receitas e precisa gerar mais para honrar os compromissos e salários em dia. O Rayan é um ativo do clube. Obviamente alguns clubes procuram, tem interesse e a gente avalia a proposta com muito carinho. Um jogador que pode render bons frutos, não só momentaneamente, mas também para o futuro, financeiramente. Há conversas — disse o presidente do Vasco em agosto.