Em 2016, Pablo saiu de casa para fazer uma seletiva no Volta Redonda, clube de sua cidade natal. Meia com habilidade e bom passe, ele tentou a sorte, mas não deu certo. Nove anos depois, Pablo se prepara para estrear profissionalmente pelo Vasco como o goleiro titular da primeira partida do clube no Campeonato Carioca, neste sábado, contra o Nova Iguaçu.
Como isso tudo aconteceu tão rápido? A entrevista que foi ao ar no Globo Esporte desta sexta-feira ajuda a explicar.
— Parei de ir na linha com 13 anos. Até os 13, eu era jogador de linha, jogava de meia. Vi que não dava muito certo. Mas no futsal eu jogava de goleiro-linha, então me convenceram a testar no gol. Me deram a oportunidade de fazer um teste de goleiro no Volta Redonda, passei e com meus 15 anos cheguei ao Vasco.
— Eu não queria muito ser goleiro, mas meu pai falou para eu fazer o teste, passei, comecei a gostar muito da posição. Sei que é uma posição muito ingrata, mas gostei muito. Fui evoluindo cada vez mais até chegar aqui. Nunca me arrependi. Estar aqui mostra que eu estava no caminho certo — completou o goleiro.
E a oportunidade chegou de vez para Pablo. Depois de anos de base no Vasco, ele estreará na equipe principal do clube neste sábado, na primeira rodada do Campeonato Carioca. Sem se esquivar da responsabilidade, o goleiro sabe o peso da chance que tem pela frente.
— É uma chance única para mim. É a chance da minha vida. Trabalhei muito para chegar nesse momento. Estou no meu caminho, espero chegar lá e mostrar tudo que aprendi — disse Pablo.
O sorriso tímido e o nervosismo em frente às câmeras de quem dava sua primeira entrevista como jogador de futebol até enganou um pouco, mas Pablo logo mostrou sua personalidade ao revelar uma brincadeira que teve com Léo Jardim em conversa nesta semana.
— Conversei com o Léo Jardim ontem. Brinquei com ele: "Imagina se eu vou bem no primeiro jogo, no segundo... aí quem sabe aparece uma oportunidade no terceiro e no quarto". Ele brincou comigo de volta, riu. Foi tudo uma brincadeira, mas eu estou buscando o meu espaço dentro do clube. Eu vejo que tenho potencial, evoluo muito com ele. É uma brincadeira, mas ao mesmo tempo falando sério.
A brincadeira se dá pela admiração por Léo Jardim. O goleiro titular do Vasco é a maior inspiração de Pablo na posição. O jovem de 21 anos também se espelha em ídolos da história do clube, como Acácio e Carlos Germano, com quem trabalhou, e Helton, os três revelados em São Januário.
— Aqui tem vários, eu posso falar dois que trabalhei junto aqui no clube, como o Acácio e o Germano. Tem o Helton também. Tem outros que eu trabalhei também e hoje o Léo Jardim, que trabalho junto e hoje é a minha inspiração maior. Eu convivo com ele, é um cara muito amigo, que ensina muito para a gente.
Torcedor dentro e fora de campo, pode-se dizer que depois do apito final, Pablo quer ouvir apenas uma coisa em sua estreia: a música "Na Barreira Eu Vou Festejar", que embala o fim das partidas vencidas pelo Vasco.
— A torcida pode esperar um time aguerrido. Morei seis anos dentro do clube. Sei o que é o Vasco, estudei no Vasco, cantei em São Januário com a torcida. Não sou só um jogador, sou um torcedor dentro de campo também.