Contato com os gandulas:
— Foi um gesto espontâneo de confraternizar com eles o momento antes de começar o jogo. Gosto desse tipo de gente. Gosto de fazer que todos se sintam importante"
O Puma como ponta é uma possibilidade?
— O Puma é uma possibilidade, já jogou assim. No fundo eu procuro colocar em campo os melhores jogadores. No Fluminense já cheguei a jogar com dois pontos, um na lateral e outro na ponta. Hoje aconteceu um pouco o contrário, foram dois laterais. Acho que o Puma é um jogador com muita qualidade, tem força física, é jogador de seleção. Fez uma partida muito boa contra o Mirassol. E o Paulo Henrique está muito bem. Hoje foi questão de colocar aqueles caras que eu acho que estão produzindo mais. E quando der para encaixar, como foi hoje, eu faço. Acho importante colocar aquilo que a gente tem de melhor em campo
Hugo Moura na zaga
— Ele é um jogador que pode jogar de zagueiro comigo, ele já jogou de zagueiro no Flamengo e tem características que o qualificam para jogar de zagueiro. Tem um passe muito bom, com a linha alta ele tem boa velocidade, força física e uma construção facilitada. Como volante, ele já tem um bom passe. Então a gente tem um ganho em relação a isso
Jair e Thiago Mendes
— O Jair está muito bem já faz um tempo. Quando tem jogo com mais posse, o jogo fica muito facilitado com a entrada dele, porque ele dá fluência ao jogo. E o Thiago Mendes ficou duas temporadas e meia no Catar, que é um futebol muito mais moroso que o daqui. Somado a isso, ele teve uma lesão importante um pouco antes de vir para cá e ele já estava há um tempo sem jogar. Estamos procurando alimentá-lo de bons treinamentos para ele ganhar ritmo aos poucos e chegar a sua melhor condição. Mas é um jogador que tem muita qualidade e pode ajudar muito o Vasco
Por que o CSA conseguiu criar chances mesmo com o maior volume do Vasco?
— Não acho que o CSA criou mais chances aqui (São Januário) do que lá (Maceió). Lá eles tiveram algumas chances importantes, mas foi mais do que aqui. CSA hoje deu um chute perigoso para gol e acabou. Hoje sofremos muito mais pelas falhas de marcação dos homens da frente do que pelos homens de trás. A gente se propõe a marcar alto, então se marcamos mal na frente o sistema fica ruim. A queda de rendimento no segundo tempo muito provavelmente aconteceu porque 3 a 0 houve um relaxamento que não deve acontecer. Não pode acontecer relaxamento natural. Se aquela bola da falta entra, como que ficaríamos? Tem que manter o padrão. Em relação à bola parada, foi uma desatenção, acho que está acontecendo em vários times. O time tem muito volume ofensivo e a defesa fica fria.
Pode efetivar o Hugo na zaga e o Jair no meio?
— Isso pode acontecer, é uma possibilidade entre outras tantas que a gente tem. Mas é uma possibilidade, não podemos descartar.
Importância da vitória no momento ruim
— A vitória é muito importante. É um campeonato em que estamos entre os oito classificados, que o Vasco não vence desde 2011, já faz 14 anos desde a última conquista. Nós temos nosso quinhão de chance, temos 1/8 de chances de ser campeões neste momento. Mas agora temos que pensar no Atlético Mineiro. E, obviamente, você imagina se a gente não passa hoje. Ia ficar um clima totalmente negativo e pessimista, a torcida ia sair do estádio ferida. Acho que a torcida sai do estádio hoje contente pela classificação. Se pudesse separar o primeiro do segundo tempo, ia sair muito contente com o que a gente fez no primeiro tempo. E a torcida deu um show também, a torcida ainda foi melhor do que o time. A festa foi brilhante desde o começo, a torcida do Vasco é muito diferente, ela incentiva muito. É muito presente. A gente tem que se acostumar a jogar no mesmo ritmo da torcida, que é uma torcida apaixonada e muito presente. Que o time consiga fazer dois tempos como fez o primeiro, porque é isso que a torcida merece.
O que pegar de exemplo da atuação de hoje para levar de exemplo pro Brasileirão
— O primeiro tempo como um todo. Mas não só esse jogo. De maneira geral, fizemos bons jogos contra Mirassol e Internacional no primeiro tempo. São campeonatos diferentes. Precisamos pontuar rápido. A equipe tem produzido para ganhar jogos. Eu espero que a gente consiga fazer uma grande partida e dar esse presente para a torcida no domingo.
"Se o Vasco tomasse o segundo gol...": tem algum problema psicológico para resolver?
— Não, é claro que não tem a ver com psicológico nesse sentido. Acho que emocionalmente o time se mostra cada vez mais forte até. Pela sequência de resultados que a gente mereceu vencer e não venceu, e no jogo seguinte mostrou competência, jogar cada vez melhor, marcar bem... Isso mostra muita evolução para mim na parte psicológico. Acho que todo mundo concorda aqui que o jogo do Inter poderia ter vencido, o do Grêmio poderia ter vencido, do Del Valle poderia ter vencido. E o Mirassol também, fomos muito mais dominantes. Então psicologicamente a equipe se mostra cada vez mais forte. Hoje o que aconteceu tem a ver com lado psicológico, mas não por essas razões que estavam atribuindo ao Vasco há algum tempo atrás. Teve um relaxamento que não deve. Eles tiveram poucas chances. O CSA é um time que tem qualidade também. Se não tivesse qualidade, não estaria aqui. Eles não tiveram o Grêmio sem mérito, muito pelo contrário. Se a gente joga com o mesmo ímpeto e mesma concentração, provavelmente eles não teriam a chance que tiveram e a gente não teria sofrido o gol. Isso é um aspecto psicológico do jogo, totalmente. E não teve nada a ver com cansaço. A gente terminou o primeiro tempo em cima, todo mundo correndo muito, fizemos o terceiro gol. Quando voltamos para o segundo tempo, voltamos numa rotação mais baixa. Se a gente estivesse cansado ou os 15 minutos finais fossem ruins... E nem foi isso que aconteceu. Nos 15 minutos finais, não fomos tão contundentes, mas fomos muito mais equilibrados. Tivemos chances de fazer o quarto e quinto gols e não oferecemos chances de gol para a equipe do CSA.