Entenda a lesão sofrida por Léo Jardim

O goleiro Léo Jardim, do Vasco, sofreu uma contusão por trauma na região do tórax. Ele teve uma lesão na junção costocondral do último arco costal esquerdo, além de hematomas profundos, durante a partida contra o Internacional, no último domingo, em que foi expulso por cera. A condição costuma causar dor intensa e dificuldade para respirar. Entenda, a seguir, o que representa esta lesão e sua estimativa de retorno aos gramados.

Léo Jardim teve a contusão constatada após passar por exame de ressonância magnética nesta segunda-feira (28). O Vasco divulgou o resultado completo do laudo médico um dia depois do jogador ter sido expulso de campo pelo juiz Flávio Rodrigues de Souza por entender que o vascaíno estava retardando o início do jogo ao pedir atendimento no gramado.

- O Vasco da Gama informa que o goleiro Léo Jardim foi submetido a exame de ressonância magnética, que identificou alterações contusionais recentes na junção costocondral do último arco costal esquerdo, com hematomas musculares profundos associados, medindo aproximadamente 3,1 x 2,3 cm - disse o clube em comunicado.

O que é a lesão?

De forma simples, o goleiro de 30 anos teve uma contusão na articulação entre a última costela do lado esquerdo e a cartilagem que a une ao osso esterno (osso central do peito). Essa região fica na parte inferior do tronco, próxima à transição para o abdômen, e é bem vulnerável a impactos.

- O laudo da ressonância mostra uma lesão traumática na região posterior das costas na transição tóraco-lombar do lado esquerdo. Uma lesão traumática aguda, já que denota a presença de um hematoma na região, mas sem trauma ósseo. Ou seja, sem nenhum tipo de fratura - explica o Dr. Alexander Rossato médico ortopedista do Hospital Ortopédico da AACD.

Esse tipo de contusão acontece devido a impactos ou pancadas fortes na junção costocondral. O cenário costuma gerar muita dor, dificuldade para respirar ou fazer esforço no tronco.

Como citado no laudo, o trauma ainda levou a "hematomas musculares profundos", o que significa dizer que houve um acúmulo de sangue nos músculos adjacentes à área lesionada. O tamanho de 3,1 x 2,3 cm, especificado no relatório médico, pode ser considerado "médio".

Os hematomas geram espasmos musculares e podem levar à costocondrite, inflamação da cartilagem que liga as costelas ao osso esterno no peito.

A partir do relatório, o médico ortopedista e traumatologista do esporte Adriano Leonardi ainda destaca a presença de uma pubalgia e um problema leve no quadril de Léo Jardim, mas que, aparentemente, não estão impedindo o goleiro de atuar.

Tempo afastado

Apesar da dor intensa, essa contusão não é grave. Normalmente, quem sofre a lesão fica afastado das atividades por cerca de duas ou três semanas, segundo os especialistas ouvidos pelo EU Atleta. Pode se estender em casos mais dolorosos, mas não são tão comuns.

- Em torno de 15 dias, muito provavelmente ele consegue voltar - sintetiza Alexander Rossato.

Não há necessidade de tratamento avançado ou intervenção cirúrgica para essa condição, uma vez que não está associada à fratura. A recuperação é feita inteiramente com analgesia e com fisioterapia.

Mesmo com a estimativa de duas semanas dos especialistas, Léo Jardim está na lista de relacionados do Vasco para a próxima partida. A equipe enfrentará o CSA nesta quarta-feira (31), às 21h30 (horário de Brasília), pelo jogo de ida da Copa do Brasil, em Maceió (AL).

Fontes:

Adriano Leonardi é médico ortopedista e traumatologista do esporte, especialista em joelho e colunista do EU Atleta.

Alexander Rossato é médico ortopedista do Hospital Ortopédico da AACD.