Há algo em comum entre as contratações de Robert Renan, Andrés Gómez, Matheus França e Carlos Cuesta no Vasco: todas tiveram participação efetiva de Fernando Diniz. Nas conversas com o zagueiro colombiano, o último negócio a ser fechado — nesta quarta-feira —, o técnico foi fundamental no destrave das conversas.
Cuesta era o nome preferido da direção e da comissão técnica desde o início da janela de transferências. Como o Spartak Moscou havia oferecido um salário maior do que o oferecido pelo Vasco, o colombiano viajou para assinar um contrato com os russos. O negócio caiu de última hora por divergências entre os clubes, e a direção vascaína voltou a investir no defensor. Nos últimos dois dias, Diniz e Pedrinho ligaram para o jogador e o convenceram do projeto do clube.
Com a contratação de Cuesta, Diniz disse que não sabe se o Vasco terá mais contratações até o fim da janela. O técnico esquivou ao ser perguntado sobre Nathan Silva, zagueiro que negociou com o clube nesta janela de transferências.
- Não está fechado, mas eu não sei se o Vasco vai ter mais contratações para frente. Contratar sempre é difícil, não é fácil acertar contratação, principalmente com pouco recurso financeiro, eu já falei isso mais de uma vez.
Como o ge informou na terça-feira, as conversas entre Vasco e Pumas na negociação de Nathan Silva não seriam fáceis. O clube carioca teria que desembolsar valores altos para contratar o jogador em definitivo neste momento. Outro ponto que prejudica o negócio é o fato do time mexicano ter pouco tempo para repor a saída do zagueiro titular absoluta.
Com respaldo da direção (Pedrinho) e em sintonia com o departamento de futebol (Admar Lopes e Felipe), Fernando Diniz teve papel fundamental no mercado de transferências do Vasco até aqui. O técnico não gosta de pedir muitas contratações aos seus superiores, mas indicou nomes quando foi perguntado sobre posições específicas, como zagueiros e meia-atacantes.
— Esses jogadores foram monitorados por todo departamento, eu não sou um treinador de ficar indicando um monte de jogadores. Tenho calma, porque a chance de você errar quando você quer trazer, só para você dar uma satisfação para fora, para o torcedor, você acaba cometendo erros que depois você não consegue corrigir. Eu acho que na dúvida você não tem que trazer quase nunca, a gente tem que ter um pouquinho mais de certeza para poder fazer as indicações.
Diniz citou Robert Renan, jogador que tem boa saída de bola, é canhoto e é observado há muito tempo pelo técnico. Ele ligou muitas vezes para o zagueiro, e as negociações foram sacramentadas rapidamente.
— Meu primeiro contato com o Diniz não foi só um contato, foram vários. Ele me ligou muito (risos). Ele me falou coisas boas do Vasco, que ia me ajudar muito. Nesses dois dias que eu treinei, a gente chega 8h no CT e sai quase 13h da tarde. Ele gosta de treinar bastante, tem sido uma experiência incrível — disse o zagueiro em sua coletiva de apresentação.
Outro nome que teve muita participação de Diniz foi o de Matheus França. O treinador do Vasco já havia enfrentado o jogador em alguns clássicos contra o Flamengo quando estava no Fluminense. Ele entende que França pode ser uma alternativa no ataque em qualquer função. O diretor técnico Felipe buscou referências com Ramon Menezes, técnico da seleção brasileira sub-20, que já havia convocado o meia. Todas as credenciais foram positivas.
— É um jogador que gosto muito. Enfrentei ele em 2023 algumas vezes, quando era titular com o Vitor Pereira. É muito dinâmico, pode jogar em várias funções do ataque, até de 8. É polivalente. Tem recursos para jogar de ponta, de 10, de 8 e de falso 9. Isso contribuiu para que eu pedisse para trazê-lo.
O último a receber ligações de Diniz foi Carlos Cuesta. O técnico se empolgou, assim como a diretoria, ao negociar com o jogador que disputou a última Copa América pela seleção da Colômbia. No entanto, as conversas não foram simples e se arrastaram. Depois da grande reviravolta com a ruptura entre Galatasaray e Spartak Moscou, o caminho ficou livre para o Vasco. Diniz
— Esses jogadores, todos eu participei ativamente na negociação, falei de fato com os jogadores, todos eles se mostraram muito empenhados e com muito desejo de vir trabalhar no Vasco. A gente confia que eles vão nos ajudar muito — completou o técnico, nesta quarta-feira.
Com o elenco que tem nas mãos, e as chegadas de Carlos Cuesta, Robert Renan, Matheus França e Andrés Gómez, Diniz não trabalha com a expectativa de mais reforços a caminho do Vasco. O treinador já confiava no elenco antes da janela de transferência, mas o entendimento interno, da direção e da comissão técnica, é que o plantel foi qualificado. O setor defensivo foi reformulado, e o ataque tem mais opções de qualidade.