O nome do empreendimento não deixa dúvidas da paixão pelo time do coração: "Bar do Vasco". No município do Crato, interior do Ceará, distante 517 km da capital Fortaleza, Roberto dos Santos Brasil, de 46 anos, comanda o empreendimento mais vascaíno do estado.
A paixão pelo clube vem de berço. O pai, José Edival de Souza Brasil, deu o nome a Roberto em homenagem ao ídolo Roberto Dinamite. O jogador favorito, no entanto, é outro.
- O Dinamite é ídolo de toda a história do time, lógico. Mas, dos que eu vi jogar, o Edmundo foi o maior. Se ele tivesse tido um pouco mais de cabeça, talvez tivesse sido um dos melhores jogadores do mundo! Quem não gostava de ver o Edmundo jogar? - conta.
Roberto tem dois filhos (ambos vascaínos, obviamente): Rayssa e Edmundo. O nome do mais novo, inclusive, é em homenagem ao ídolo.
Uma vez eu consegui ir a um treino do Vasco aqui em Juazeiro quando eles vieram jogar contra o Icasa. Levei meu filho. Numa hora, comecei a chamar o meu filho, porque eu tinha me perdido dele. "Edmundo! Edmundo!", eu gritava. E aí a torcida do Vasco ficou louca perguntando "Onde está o Edmundo, cadê Edmundo?", mas era meu filho, né? E todo mundo riu depois.
— Roberto dos Santos, dono do Bar do Vasco
O Bar do Vasco
O bar foi fundado no dia 26 de agosto de 2011. Roberto trabalhava em um antigo restaurante, como garçom. Ele acabou comprando o empreendimento e o batizou com o nome atual.
- Esse meu amigo estava de saída do local, então acabei comprando. Ele já tinha até pintado o portão com as cores do Vasco. E aí eu acrescentei o nome. Sou muito conhecido aqui como vascaíno, então, quando tem jogo, aqui é ponto de encontro da torcida! - celebra.
Roberto diz que "99% dos jogos que passam no bar são do Vasco". Aqui, acolá, jogos de seleções, como em Copa do Mundo ou Eurocopa, também são exibidos. Só existe uma exceção.
Quando o jogo é Vasco e Flamengo eu não passo. Já passei em alguns anos, mas começou a dar uns problemas e eu achei melhor não passar mais. Até porque eu fico nervoso, então eu prefiro ir assistir em outro lugar.
— Roberto, dono do Bar do Vasco
Na outra esquina, a concorrência até chegou a abrir o Bar do Mengão. Mas este, Roberto conta que já fechou.
- Era de um amigo. Passou um ano só, mas já fechou. Até porque ele sabia que o meu era muito conhecido e quis entrar na onda. Se tem do Vasco, tinha o do Flamengo. Mas durou pouco, acabou fechando depois - relata.
Se em dias de jogos do Vasco é natural que a torcida vá para o jogo, sempre há alguém para "secar". No entanto, Roberto garante que a convivência com rubro-negros (e torcedores de quaisquer times) é saudável.
Dentro do bar, há porta copos, adesivos no freezer, na geladeira, quadros nas paredes. Tudo do Vasco. A maioria dos brindes foi presente, haja vista a identificação do dono do bar com o time. Mas nunca é suficiente.
- O bar vai passar por uma reforma e eu estou pensando em acrescentar um escudo na frente - diz.
Na fachada, o portão tem as cores do Cruzmaltino. Os dizeres "Bar do Vasco" ganham o topo do espaço. Os torcedores, entre 20 e 30, em dias de jogos, fazem questão de se encontrar no local.
- Claro que quando o Vasco disputar alguma coisa maior vai vir muito mais gente. Mas sempre que tem jogo, nossa tradição é soltar muitos fogos - anima-se.
Nesta quarta-feira, Roberto irá acompanhar o jogo contra o Fortaleza pela televisão, direto do seu bar. A bola rola às 20h em São Januário. O ge acompanha todos os lances da partida em tempo real, basta clicar aqui.