Com a derrota do Juventude para o Botafogo, no Alfredo Jaconi, o time dormiu fora do Z4, mas precisa torcer para que o Vitória perca para o Flamengo, hoje, no Maracanã, para fechar a rodada longe dos quatro últimos.
Depois de tentar, na derrota para o mesmo Juventude na rodada passada, retomar o esquema com Vegetti titular e ver um Vasco com pouco repertório, o técnico Fernando Diniz repetiu a escalação que venceu o Peixe. A única exceção foi Paulo Henrique, poupado com um desconforto muscular — deu lugar a Puma Rodríguez. A performance, no entanto, não chegou nem perto.
Pouco concentrado e desorganizado, o time do Vasco ainda se viu dominado numericamente e taticamente no meio. Perdeu em desarmes, recuperações e ocupação no setor. Traduzindo para o que se viu no campo, deu espaço para que o Corinthians encontrasse jogadores abertos no um contra um na transição. Assim sofreu o primeiro gol, de Maycon, quando Matheus Bidu recebeu de frente para Puma e cruzou.
Para piorar, Diniz ainda perdeu Tchê Tchê, que sofreu lesão e precisou deixar a partida ainda no primeiro tempo. O técnico fez uma opção pouco convencional de lançar Vegetti em campo, o que obrigou Nuno Moreira e Coutinho a recuarem mais pelo meio. O problema de Tchê Tchê preocupa o treinador:
— Saiu aparentemente com uma lesão muscular e preocupa bastante para o jogo contra o Botafogo. Não só esse, mas na sequência mais curta — afirmou Diniz.
Vegetti até marcou o gol de pênalti que rendeu o empate no início do segundo tempo, mas o cenário do jogo mudou pouco. Já com quatro desfalques, Dorival Junior acionou Garro, que qualificou a posse de bola do Corinthians. Dos pés dele nasceu o segundo gol, em chute da entrada da área defendido por Léo Jardim, mas que acabou parando nos pés de Matheuzinho. Ele cruzou para o jovem Gui Negão, em sua segunda partida como titular, aos 18 anos, desempatar.
Diniz promoveu a reestreia do volante Barros e do atacante Andrés Gómez, mas já era tarde demais em termos anímicos. Os paulistas ampliaram com Gustavo Henrique, em jogada aérea.
Houve tempo ainda para o estreante Gómez fazer boa jogada e encontrar Rayan, que diminuiu nos minutos finais, mas não evitou a derrota e a frustração nas arquibancadas de São Januário. Gritos de “time sem vergonha” e xingamentos ao presidente Pedrinho, ainda que mais tímidos do que em outros momentos de crise, voltaram a ecoar.
Clássico em foco
O Vasco, agora, volta a campo em jogo decisivo contra o Botafogo, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil. Primeiro jogo das quartas de final, o clássico será disputado novamente em São Januário, com ingressos esgotados.
— Ganhar como a gente ganhou do Santos e, depois, fazer as duas partidas que fizemos... foram as duas piores (partidas) sob meu comando. Eu tenho responsabilidade máxima nisso. O time jogou mal como jogou hoje e lá em Caxias, e lá muito mais pela questão anímica. Corremos menos, nos dedicamos menos, estávamos menos concentrados e merecemos perder para o Juventude. O Corinthians também correu mais, foi taticamente melhor e mereceu vencer. O que aconteceu contra o Santos fez um mal que não deveria fazer. Aquela vitória tinha que se encerrar ali, colher o que tinha de bom e seguir. Não tínhamos feito em São Januário nenhum jogo como o de hoje, em que não merecemos vencer — lamentou Fernando Diniz.
A boa notícia é que Paulo Henrique, ausente nos dois últimos jogos, deve estar de volta:
— O PH poderia até (jogar) se a gente forçasse, mas sentiu um desconforto e tinha uma sinalização de imagem (de risco de lesão).
Antes da goleada sobre o Santos, o Vasco passava uma nítida impressão de que jogava bem, mas não conseguia os resultados. Dois jogos depois, o time não apenas fica longe dos resultados, como joga mal. Foi o que aconteceu ontem, na derrota por 3 a 2 para o Corinthians, em um São Januário lotado. Foi a segunda derrota cruz-maltina consecutiva no Brasileirão, que vê a zona de rebaixamento muito de perto e parece preso num buraco sem saída.