Não bastasse o tabu de não vencer no estádio rival desde 2007, o Vasco teria pela frente o desafio de arrancar pontos de um time que fez dos jogos em sua casa pedreiras enormes para qualquer equipe do Brasileiro. O empate em 0 a 0, ontem, em duelo com chances para os dois lados, é de se comemorar competitivamente pelo cruz-maltino, mas apenas alivia a situação nesta reta final de campeonato.
O cruz-maltino chegou aos 42 pontos no Brasileiro, na 14ª colocação. Não terminará esta 35ª rodada na zona de rebaixamento, mas precisará “secar” Cruzeiro e Santos para entrar na 36ª mais longe dos quatro últimos. Nesse sentido, o jogo contra o Corinthians, que virou praticamente um confronto direto, nesta terça-feira, em São Januário, ganhou contornos de decisão para os dois lados, mesmo com mais duas rodadas posteriores. Uma vitória pode ser fundamental nas aspirações vascaínas.
— Jogar aqui é muito difícil, e acho que o mais importante é estar sempre pontuando. Claro que buscávamos a vitória, mas ficamos bem com um empate. Todo ponto é importante. A gente sempre tem o objetivo de ganhar, mas tem um time do outro lado, e às vezes não é possível — analisou o goleiro Léo Jardim após o jogo.
Jardim foi mais uma vez um dos grandes nomes do Vasco na partida. Parou duas chances claras do Athletico na segunda etapa, uma de Vitor Bueno, que girou para cima de Medel — em lance anulado por impedimento —, e outra de Fernandinho, que arriscou de longe já no fim.
No primeiro tempo, os donos da casa assustaram o cruz-maltino com um chute no travessão de Willian Bigode após falha da defesa vascaína. Canobbio também teve chance de abrir o placar, em dividida que sobrou nos seus pés, de frente para o gol, mas bateu muito colocado e desperdiçou.
O Athletico impôs seu jogo como pode, enquanto o Vasco, que entrou com três zagueiros, uma aposta do técnico Ramón Díaz, aproveitava os espaços no contra-ataque, em ótimo jogo de Marlon Gomes, que voltou a ser titular depois de se recuperar de lesão.
— Essa estratégia eu utilizei muitas vezes como treinador. Sei que é muito difícil para o adversário. No jogo passado, quando jogamos contra eles, era uma equipe completamente diferente, foram bem organizados. Hoje não demos espaço. E quando fazemos isso, é difícil nos vencerem — afirmou o técnico Ramón Díaz após o jogo.
No ataque, Gabriel Pec se virava como podia para tentar furar a marcação paranaense. Foram poucas as oportunidades que recebeu em profundidade, quando vai melhor. Ainda assim, ele e os laterais, mais avançados por conta do esquema, conseguiram conectar com Vegetti, dono das melhores oportunidades cruz-maltinas. A mais clara delas, logo aos 9 minutos, quando cabeceou para fora.
De olho no jogo com o Corinthians, a defesa virou um problema para Ramón: Maicon, Robson Bambu, Léo e Marlon Gomes levam seus terceiros amarelos. Para piorar, Medel saiu sentindo problema muscular.
— Tenho dois dias e meio para me preparar. Venho falando com os jogadores e preparando a todos que estão fora. Estamos trabalhando com todos para que, quando joguem, tenham rendimento. Tenho confiança em todo o grupo. Quem jogar vai dar o máximo — comentou Ramón.