O objetivo nunca esteve tão perto: com 23 pontos e na 18ª colocação, o Vasco está a dois do Bahia, primeiro fora do Z4. Na próxima segunda-feira, vai a Belo Horizonte disputar jogo adiado da 15ª rodada com o América-MG, que pode fazer o time enfim respirar fora das quatro últimas posições, em caso de vitória.
São 11 gols vascaínos em cinco jogos nesse returno. Ontem, aplausos e ovações deixaram para trás de vez a triste memória de três meses atrás. São Januário voltou a ser o caldeirão que ferve a favor do Vasco. Um Vasco diferente daquela época: transformado, "faminto" e com um futebol muito além de uma briga contra o rebaixamento.
O time mostrou tudo que tem de melhor, o que o leva para o “G4” desse segundo turno. Intensidade defendendo e atacando, saída de bola de altíssimo nível e uma organização ofensiva muito difícil de ser combatida por um frágil Coritiba (que chegou à sétima derrota consecutiva). Além do principal: atletas em grande fase técnica que fazem diferença jogo após jogo.
Foram dois gols de Vegetti, xodó da torcida vascaína, já no segundo tempo, aumentando a goleada com o terceiro e o quarto. Em dois lances de ótimo centroavante que é: completando cruzamento de Paulinho (que voltou a fazer grande jogo) após linda matada no peito e depois, cabeceando em jogada de Lucas Piton. Ouviu pela primeira vez em São Januário lotado os gritos de “matador”.
Reencontro ocorre após três meses de interdição judicial
— Estava muito ansioso para poder estar aqui com toda a gente, com a torcida. Estou muito feliz. O grupo merece. Ganhamos outra final. Tem que comemorar hoje, e amanhã já pensar na próxima partida — disse o camisa 99.
São seis gols e uma assistência em sete jogos do atacante argentino com a camisa do Vasco. Vem se firmando como a principal contratação deste segundo semestre.
Atuação avassaladora
Antes disso, ainda no primeiro tempo, o time já havia feito atuação avassaladora. O técnico Ramón Díaz surpreendeu na escalação e deu ainda mais motivos para a festa dos torcedores: Payet iniciou como titular. Rossi, que fez ótimo clássico contra o Fluminense no sábado, também foi mantido. Pelos pés da dupla nasceu o segundo gol da partida: Paulinho levantou na área para Rossi, que escorou para Payet. O francês devolveu para o “Búfalo” completar para o gol. Tento construído de pé em pé, no melhor estilo desse novo Vasco.
Quem abriu o placar foi Zé Gabriel, “resgatado” pela comissão técnica de Ramón Díaz e autor de novo capítulo de história de redenção. Gabriel Pec, que havia feito dois no clássico, ainda marcou o quinto (Sebastián Gómez diminuiu). Nos últimos dois jogos, Pec foi um reserva de luxo, adicionando velocidade quando o time precisava. Chegou aos sexto gol neste Brasileiro: está empatado com Vegetti na artilharia vascaína.
O cruz-maltino terminou com 54% da posse de bola e 19 finalizações (12 no gol), uma apresentação produtiva e letal. Ao torcedor cruz-maltino, que passou por maus bocados nesta temporada, o time deu uma exibição empolgante de presente de retorno. Serão pelo menos mais seis jogos na Colina até o fim de um campeonato em que ensaia uma incrível recuperação.
— (Tenho que) Agradecer aos jogadores, são os verdadeiros protagonistas. O trabalho que vêm fazendo. Mostraram que a equipe vem crescendo pouco a pouco. Temos muita confiança nesse progresso — afirmou Díaz, que exaltou a volta da Colina:
— Cada dia está mais difícil jogar nesse estádio.