A atuação ruim a ponto de Ramón Díaz se dizer decepcionado com o time contrastou com a explosão de alegria após o apito final em São Januário. O Vasco jogou mal, mas venceu o América-MG por 1 a 0, chegou à terceira vitória seguida e terá tranquilidade para trabalhar em paz durante a Data Fifa
Os três pontos estão na conta do talento de Payet. O golaço de falta do francês nos acréscimos salvou a noite e manteve o clube nos trilhos, em um domingo que faltaram organização e intensidade, mas todo mundo deixou São Januário feliz.
E com razão. O resultado deu fôlego para o Vasco na luta contra o rebaixamento. Com 40 pontos, na 15ª colocação, o time não entrará no Z-4 nem mesmo em caso de derrota para o Cruzeiro, no confronto direito após a Data Fifa, no dia 22, no Mineirão. Uma eventual vitória sobre a Raposa deixará o Vasco próximo da salvação.
Gol no início faz time baixar a guarda
O ambiente era de festa, o clima favorável após duas vitórias, e o início foi promissor. O gol de Vegetti aos quatro minutos, após boa jogada de Pec pela direita, explodiu São Januário e deu a impressão de que seria um jogo tranquilo para o Vasco, contra o rebaixado América-MG. Conforme o tempo foi passando, no entanto, a torcida percebeu que não seria bem assim.
Ao contrário dos últimos jogos, em que entrou em campo com o nível de concentração altíssimo, o Vasco estava disperso e desorganizado. Talvez tenha baixado a guarda devido ao gol no começo. E pagou um preço por isso.
O América-MG empatou aos 12 minutos com Mastriani de cabeça, nas costas de Maicon, em um lance em que o meio de campo deu total liberdade para o time mineiro cruzar. A bola aérea, aliás, foi um tormento para o Vasco durante todo o primeiro tempo. O América-MG criou oportunidades pelo alto e por pouco não virou.
A desorganização não era apenas defensiva. O meio de campo também deixou a desejar. Zé Gabriel deixou espaços, mas foi Praxedes quem destoou. O meia errou passes fáceis, irritou a torcida e foi substituído no intervalo. Paulinho também não esteve bem. Opção de Ramón Díaz para o lugar de Erick Marcus (lesionado), Alex Teixeira produziu pouco e foi outro que não voltou para o segundo tempo.
A estrela de Payet
Na teoria, a opção por Payet e Rossi no segundo tempo deixaria o time mais talentoso e agressivo. Mas não foi o que aconteceu. O Vasco continuou vulnerável nos primeiros 20 minutos da etapa final e criou pouco. É verdade que teve uma grande oportunidade desperdiçada por Gabriel Pec no rebote de uma cabeçada de Vegetti no travessão. O América-MG também carimbou a trave no lance seguinte.
Quando o jogo se encaminhava para o final e a torcida já demonstrava insatisfação, Payet salvou a noite. Em uma cobrança de falta perfeita nos acréscimos, com homenagem a Roberto Dinamite na comemoração, o francês fez o que é esperado dele: decidiu. Todo mundo gostou. Menos Ramón Díaz.
- Eu gostei do resultado porque a torcida está feliz. Eu não estou. Eu sou treinador, temos que jogar diferente, ter atitudes diferentes. Temos que jogar como vínhamos jogando antes dessa partida. Temos que competir, hoje não competimos – reclamou Ramón Díaz.