A queda do argentino Ramón Díaz do comando técnico do Vasco trouxe contornos de crise aos bastidores do clube. Mas a troca no comando, motivada por pedido do próprio treinador, pode ser vista também como janela de oportunidade. A goleada imposta pelo Criciúma no sábado (27), da forma como se deu, revelou o desgaste do treinador que estava gerenciando o elenco sem o amparo de um executivo. O time venceu um dos sete confrontos mais recentes, e teve duas vitórias convincentes nos últimos 63 dias - os 4 a 0 sobre a Portuguesa, no Estadual, e os 2 a 1 sobre o Grêmio, na abertura do Brasileiro. Por razões diversas, o Vasco dele perdeu o viço e o rumo. E tanto Ramón como o filho Emiliano entregaram o cargo. Pedro Martins, o novo executivo, assume a direção hoje e sua primeira missão será homologar a saída da dupla e buscar um novo técnico. Ou tentar reverter a decisão, encarando o ocorrido no vestiário como um grande mal entendido.
VASCO 0 x 4 CRICIÚMA. O pedido de demissão de Ramón Díaz, mal oficializado pelo Vasco, deixou em segundo plano o comportamento dos jogadores durante a partida. Escalado com os veteranos Medel e Payet sem as condições ideais, o time andou em campo - apático, frouxo e sem inspiração. Nem parecia com o que venceu o Grêmio, ali mesmo, em São Januário. Repetiu a postura pusilânime da semifinal do Estadual contra o Nova Iguaçu e desta vez foi justamente castigado pelo Criciúma de Cláudio Tencati numa tarde infeliz para os vascaínos.