Todas as atenções do torcedor do Vasco estavam voltadas para a reestreia de Philippe Coutinho. E, aos 22 do segundo tempo, a cria de São Januário — que deixou o clube aos 18 anos para viver o sonho europeu e chegou a uma Copa do Mundo pela seleção — enfim voltou a vestir a camisa cruz-maltina numa partida. Mas foi na etapa inicial que todo o jogo se desenhou. Envolvido pelo Atlético-MG nos primeiros 45 minutos, o time de Rafael Paiva foi derrotado por 2 a 0 e teve encerrada sua sequência de vitórias no Brasileiro.
Foi um primeiro tempo para deixar o torcedor preocupado. Definitivamente, não foi a atuação que fez o Vasco reagir no Brasileiro e pular para a metade de cima da tabela. O consolo é que o time mudou de postura na volta do intervalo. Mas aí já era tarde demais.
— A gente merecia, pelo volume de jogo ali no segundo tempo, pelo menos um gol para tentar incendiar o jogo. Infelizmente, ele não veio, mas a gente fica pelo menos feliz pelo critério de continuar o equilíbrio, de tentar jogar, de tentar buscar o gol, de pisar no campo do adversário por mais tempo... — avaliou Paiva.
O Vasco do primeiro tempo foi um conjunto excessivamente defensivo. O time ficou sem criação e Vegetti, isolado um pouco mais à frente. A equipe conseguiu descer para o intervalo sem nenhuma finalização.
Se esta postura ao menos tivesse representado um ferrolho na frente da área, o problema teria sido menor. Mas o Vasco deu muito espaço para o Atlético-MG trabalhar a bola, o que é perigoso quando do outro lado estão Hulk, Paulinho, Gustavo Scarpa e Bernard. Os quatro levaram a melhor na maioria das disputas.
Neste cenário, natural que os gols do Galo saíssem. O primeiro veio aos 26 minutos, quando Paulinho lançou Scarpa na esquerda. O meia-atacante cruzou na medida para Hulk concluir de cabeça. Chamou a atenção o fato de haver três atleticanos contra apenas dois cruz-maltinos na pequena área no momento do cruzamento. Obviamente, um deles ficaria sem marcação.
Mas pior que isso foi o erro de Praxedes 12 minutos depois. O meio-campista tentou recuar uma bola e a entregou nos pés de Hulk. O atacante avançou, driblou Léo Jardim e ampliou.
Para alívio da torcida cruz-maltina, o segundo tempo foi diferente. Os vascaínos passaram a marcar a saída de bola do Atlético-MG e trocaram passes num ritmo mais intenso. A diferença para a etapa inicial foi grande. Foram seis finalizações. Mas, verdade seja dita, em nenhuma delas estiveram perto do gol.
A volta de Coutinho traz a esperança de mais qualidade na criação e na finalização. Mas é preciso ter paciência. Seu retorno foi tímido, o que já era esperado. Afinal, ele não disputava uma partida há dois meses e havia feito o primeiro treino no Vasco apenas uma semana antes da reestreia.
A boa notícia é que, como o compromisso do cruz-maltino pela próxima rodada do Brasileiro (contra o Cuiabá) foi adiado, o camisa 11 terá a semana toda para se preparar para seu segundo jogo pelo time. No domingo, o Vasco, que agora é o 11º, com 23 pontos, enfrenta o Grêmio, em Chapecó-SC.
— Claro que o ritmo eu vou ganhando pouco a pouco. Vim de um momento de bastante tempo inativo. Mas estou dando o máximo para estar no mesmo nível do pessoal o quanto antes — reconheceu Coutinho.