Além de São Januário, o CT do Vasco também deve passar por mudanças significativas em um futuro breve. De olho em uma maior integração do futebol do clube, a diretoria do Vasco tem planos ousados para o CT Moacyr Barbosa a partir de 2025.
A Trivela apurou que o Vasco deseja integrar parte das categorias de base com o futebol profissional no CT Moacyr Barbosa. A ideia ainda é embrionária, mas pode passar a ser executada já no próximo ano.
O plano inicial do Vasco é levar do sub-15 até o sub-20 para o CT Moacyr Barbosa, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas o elenco profissional treina diariamente no espaço.
Para isso, é claro, o local precisará passar por grandes reformas. O CT Moacyr Barbosa, que hoje conta apenas com dois campos, passaria a ter seis campos de treinamento.
Além disso, é claro, o espaço também passaria por grandes reforma estruturais, com novos vestiários, academias, alojamento e vestiários, entre outras melhorias.
Atualmente, o Vasco ocupa apenas cerca de um terço do tamanho total do terreno que foi cedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro ao clube. Assim, o clube entende que é possível fazer todas estas melhorias no terreno de quase 70 mil metros quadrados.
O documento de cessão assinado entre a Prefeitura e o Vasco tem validade de 50 anos, mas o Município pode solicitar o terreno de volta.
Vasco quer diminuir divisão entre os CTs do clube
Esta maior integração dentro do futebol do Vasco é um desejo da atual diretoria do clube, comandada por Pedrinho, presidente da Associação e controlador da SAF vascaína.
Atualmente, o futebol do Vasco é dividido em CTs diferentes.
Eventualmente, os times sub-15, sub-17 e sub-20 do masculino e o elenco profissional feminino também treinam no CT Moacyr Barbosa, mas dependem da disponibilidade dos campos. A prioridade é o futebol profissional masculino.
Além disso, alguns jogadores da base masculina moram no alojamento do clube, que fica em São Januário. Esse alojamento também pode ter como destino o CT Moacyr Barbosa, mas os estudos também são iniciais.
Marcelo Sant'ana já comentou sobre o problema do Vasco
Além de Pedrinho, quem também é um entusiasta dessa maior integração entre a base e o futebol profissional é o diretor de futebol Marcelo Sant'ana. Em recente entrevista coletiva, ele citou esta separação dos CTs do clube como um problema.
– O Vasco tem que fazer alguns investimentos que o clube ao longo dos últimos anos não fez. Como, por exemplo, a reforma de São Januário, que o presidente Pedrinho, junto com a diretoria, tem conduzido. A gente tem uma preocupação de ligar melhor a divisão de base do Vasco com o futebol profissional – afirmou Marcelo Sant'ana.
– Pessoalmente, acho que o Vasco comete um estratégico de ter cinco locais de trabalho. O Vasco tem o CT Moacyr Barbosa, o Vasco tem São Januário, tem a sede da SAF na Barra, usa o Artesul e usa Caxias. Eu acho que essa maneira em que está disposto o espaço físico do Vasco para a divisão de base, para feminina e profissional é muito distante do adequado. Então, a gente espera em breve poder marcar uma coletiva para sinalizar o que pretende corrigir esse déficit histórico que o Vasco tem – completou o dirigente do Vasco.
Vale ressaltar que Marcelo Sant'ana foi um dos responsáveis pela evolução da estrutura física do Bahia. Foi durante o seu mandato como presidente do clube, entre 2015 e 2017, que o Tricolor negociou a retomada do controle do Fazendão, além da compra da Cidade Tricolor — hoje, CT Evaristo de Macedo.
CT foi alvo de polêmica entre Pedrinho e 777
Antes de assumir o controle da SAF do Vasco, o CT Moacyr Barbosa foi alvo de polêmica entre Pedrinho e a 777 Partners, antiga gestora do futebol do clube. Então “apenas” presidente da Associação, Pedrinho cobrou publicamente melhorias no CT do Vasco.
Na época a SAF chegou a pedir para Pedrinho contextualizar as suas falas sobre o CT. No acordo de assinado pela 777 Partners constava que a empresa americana deveria fazer melhorias no CT Moacyr Barbosa.
A 777 chegou a fazer pequenas reformas, mas não sentia segurança jurídica para fazer grandes investimentos no espaço. Na época, a empresa usava como justificativa o fato do terreno ainda estar no nome da Associação, e não da SAF.
Também houve divergência sobre quem deveria tratar com a Prefeitura do Rio de Janeiro sobre a alteração no contrato de posse do terreno do CT. Na época, a SAF, controlada pela 777 Partners, defendia que a Associação é quem deveria fazer os ajustes com a Prefeitura, enquanto a Associação entendia que este detalhe não impedia a 777 de fazer investimentos no CT.