O empate por 0 a 0 contra o Flamengo marcou a primeira partida do Vasco sem sofrer gols nesta edição de Campeonato Brasileiro. A defesa suportou a pressão do ataque rubro-negro e saiu ilesa, com o brilho de Léo Jardim. A atuação dos zagueiros foi boa também pelo chão, apesar do time ter sofrido no alto com cruzamentos.
João Victor e Lucas Freitas formaram a dupla de zaga do Vasco e foram elogiados por Fábio Carille. Na partida contra o Ceará, a defesa falhou nos dois gols da derrota por 2 a 1. O time no Brasileirão já havia cometido erros defensivos graves nas quatro primeiras rodadas, o que não aconteceu no clássico. Carille elogiou a evolução.
— Eu que o lancei no Corinthians (João Victor) em 2019, conheço bem. Ainda esse ano teve altos e baixos com decisões erradas. Temos cobrado para que ele erre menos, acerte mais, seja mais simples, dê uma "zagueirada".
O técnico cobrou que os zagueiros melhorem os números defensivos. Antes do clássico, o Vasco sofreu gols em todos os jogos do Brasileirão, a maioria deles em erros individuais. Carille pediu para os defensores serem mais "zagueiros-zagueiros".
— Zagueiro bom é aquele que não toma gol. Muitas vezes quer sair jogando limpo e se perde. Alguns momentos, um bico para zagueiro é legal. Tem algumas virtudes que para zagueiro são muito importantes.
Um exemplo disso foi um puxão de orelha que Carille deu na entrevista coletiva após o empate contra o Flamengo. Ao ser perguntado sobre as falhas individuais, o técnico do Vasco disse que há coisas que fogem do controle da comissão técnica.
— Temos trabalhado bastante, mas tem coisas que fogem da mão do técnico que é a tomada da decisão melhor, escolha, tirada, aliviar a bola para um setor em que você fique tranquilo. Hoje teve hora que a gente quis driblar, e o Flamengo ficou com a bola dentro da nossa área. É zona de segurança, não precisa correr esse risco. Flamengo é difícil de marcar. Sei que criou, mas a gente sai sem gols e mostra que podemos melhorar e temos condições de fazer melhor na parte defensiva.
Desde 2023, o Vasco sofreu 114 gols em 81 jogos na disputa do Brasileirão. A média de 1,4 gols sofridos por partida é muito alta. Somente o Grêmio sofreu mais gols no mesmo período (116). Conhecido por montar sistemas defensivos sólidos, essa tem sido a maior dificuldade do técnico Fábio Carille.
O Vasco volta a campo na terça-feira, na Copa Sul-Americana, contra o Lanús, às 21h30, em São Januário. A partida coloca o clube carioca frente a frente com o líder do grupo, em disputa direta pela liderança. Ambas equipes têm quatro pontos. Sair de campo sem ser vazado já será um ponto de partida importante para a vitória.