A gestão de Pedrinho completa, nesta quinta-feira, um ano à frente do futebol do Vasco, desde que a Justiça tirou a 777 do comando da SAF. A marca é alcançada com uma equipe em crise, há nove jogos sem vencer, com recente troca de técnico e em meio a uma reformulação no departamento de futebol.
Nos últimos 365 dias, a gestão Pedrinho contratou 13 jogadores — a lista não conta Emerson Rodríguez, cuja chegada havia sido fechada pela 777. E como foram os reforços do presidente?
Na análise do ge, somente Nuno Moreira é um acerto claro até agora. A iniciativa de contratar Coutinho empolgou a torcida, mas o jogador não conseguiu corresponder às expectativas e ainda sugeriu os retornos de Souza e Alex Teixeira, que previsivelmente contribuem muito pouco e tornam ainda mais caro o "pacote Coutinho".
Souza e Alex Teixeira entram no grupo de sete erros de avaliação da gestão, junto com Maxime, Jean David, Lucas Oliveira, Garré e Loide. Há ainda a lista de contratações cujos resultados no Vasco ainda são desconhecidos. Essa relação conta com Tchê Tchê, Maurício Lemos, Lucas Freitas e Fuzato. Veja abaixo o ranking dos reforços de Pedrinho.
1. Nuno Moreira
Nuno Moreira é o grande acerto do mercado do Vasco na gestão de Pedrinho. Nome desconhecido no Brasil e pouco badalado em Portugal, Nuno surgiu como opção depois da frustração nos negócios com Brian Rodríguez e Bruma.
O jogador caiu como uma luva no time do Vasco e não precisou de tempo algum para se adaptar ao time titular. São cinco participações em gols em 15 partidas, além de atuações de uma regularidade que o diferencia da maior parte dos reforços recentes do clube.
2. Philippe Coutinho
A volta de Philippe Coutinho empolgou a torcida do Vasco. Melhor jogador revelado no clube neste século, o meia abriu mão de dinheiro para voltar para casa e fez bem para a autoestima do vascaíno. Em campo, entregou algumas boas atuações. Mas a avaliação geral é de que está bem abaixo da expectativa.
É um jogador refinado tecnicamente, mas que decide pouco e sofre com problemas físicos. A irregularidade do camisa 11 já fez o torcedor se questionar sobre a titularidade do meia. A ver se Fernando Diniz irá entregar uma versão de Coutinho que o torcedor espera.
O "pacote Coutinho" inclui ainda as voltas de Alex Teixeira e Souza, que foram pedidos do meia na negociação com o Vasco.
3. Lucas Freitas
Sob desconfiança e sem grandes expectativas, a torcida recebeu a notícia de Lucas Freitas como um jogador para completar elenco do Vasco em 2025, inicialmente como quarta opção para a defesa. Ele foi contratado vindo do Palmeiras, de graça, depois de um Brasileirão regular pelo Juventude.
O jovem zagueiro, no entanto, aproveitou as oportunidades que teve depois das lesões de Maurício Lemos e Lucas Oliveira. Ele se firmou como titular, sendo o defensor com menos falhas determinantes do Vasco no ano. Pelo custo, é uma contratação que mostrou utilidade até o momento.
4. Tchê Tchê
De saída após fim de contrato com o Botafogo, Tchê Tchê assinou com o Vasco para uma mudança de ares, ainda com vontade de seguir no Rio de Janeiro. O meia experiente e multicampeão no futebol brasileiro, com passagens vitoriosas por Botafogo, São Paulo, Palmeiras e Atlético-MG, começou bem no Carioca, mas uma lesão o atrapalhou em seu melhor momento no clube.
Depois de se recuperar da lesão, Tchê Tchê passou por um problema familiar que o tirou de combate por quatro jogos. O meia não atravessa um bom momento e se tornou um jogador de rotação no elenco, sem se firmar no time titular. A chegada de Diniz pode potencializá-lo.
5. Daniel Fuzato
Contratado para a reserva de Léo Jardim, Fuzato chegou como uma aposta de Marcelo Sant'ana e do scout do Vasco, com destaque na segunda divisão da Espanha e pouquíssima experiência no Brasil. O goleiro atuou apenas em duas partidas no Carioca, enquanto o time principal se preparava para a temporada, e não comprometeu.
6. Maurício Lemos
Chegou com o cartaz de xerife da defesa do Vasco em 2025, mas a passagem de Lemos até aqui é decepcionante. O uruguaio foi um dos três zagueiros contratados para a temporada e chegou sob grande expectativa. Com problemas físicos e médicos, que já se arrastavam desde o Atlético-MG, o zagueiro foi titular em apenas três jogos, muito pouco para quem foi contratado para ser a solução da defesa.
7. Maxime Domínguez
Contratado para ser o substituto de Adson, após a lesão do ponta-direita, Maxime nunca empolgou no Vasco. O suíço mostrou pouco nível técnico para se firmar como titular, em um momento no qual o time precisava de reforços no meio para frente com urgência. Sofreu para se adaptar e, em 2025, entrou para a barca dos jogadores que deixaram o clube, emprestado ao Toronto, que joga a MLS.
8. Benjamín Garré
Diante da necessidade do Vasco de reforçar o ataque, Garré chegou com a expectativa da segunda contratação mais cara da gestão Pedrinho (cerca de R$ 15 milhões). Três meses depois, já é possível dizer que a negociação foi um erro.
Sem sucesso ao tentar corrigir as lacunas do time em mais uma janela, a diretoria correu para fechar com um nome que já havia sido especulado no ano passado e não havia tido um salto de performance. Pouco mostrou na Rússia, em um time de baixa expressão, e pouco fez no Vasco.
Não tem a velocidade de que o time precisa, só tem uma assistência, pouco finaliza e não mostrou ter capacidade física para atuar pelo meio.
9. Lucas Oliveira
Conhecido de longa data de Pedrinho e Felipe, Oliveira teve a contratação recomendada pela dupla, que já havia tentado a contratação dele em 2024, quando o defensor estava no Japão. O zagueiro começou o ano como titular, enquanto Lemos fazia um trabalho de recuperação física, mas somou falhas contra o Fluminense e o Volta Redonda e perdeu a posição para Lucas Freitas. Depois que virou reserva, entrou no fim contra o Melgar e viu o Vasco sofrer o empate logo em sequência, em lance no qual ele não teve culpa.
10. Loide Augusto
O Vasco precisava de um atacante de velocidade, e Loide Augusto chegou. A necessidade continua. Até aqui, o angolano só mostrou 30 minutos de bom futebol contra o Palmeiras e nada mais.
Além das atuações ruins, o jogador parece descompromissado, ou "em alguns momentos displicente", segundo definição do diretor-técnico e ex-treinador interino Felipe. Não foram poucas as vezes em que o atacante irritou companheiros e torcedores ao não mostrar o compromisso necessário em campo.
11. Alex Teixeira
Autorizar a contratação de Alex Teixeira foi um dos grandes erros da gestão de Pedrinho no comando do futebol. Pedido de Coutinho, o meia-atacante estava no Vasco no início da temporada de 2024, quando já não entrava em campo. Deixou São Januário e não se transferiu para nenhum clube. Ficou seis meses parado e... voltou para o Vasco. Já disputou 23 jogos pelo clube neste retorno e só participou de gols em uma partida, contra o Atlético-GO, já rebaixado na 36ª rodada do Brasileirão do ano passado.
12. Souza
Além da contratação de Alex Teixeira, a negociação com Souza tornou-se ainda pior com o passar do tempo. O volante prometeu voltar para o Vasco durante muitos anos. Pouco antes do retorno, deu entrevistas falando que seria titular no clube e destaque da posição no Brasil. O que se viu em campo foi um jogador sem condição física e técnica para o nível da Série A em 2024 e 2025.
Atualmente, sequer é relacionado para as partidas e soma apenas oito jogos em dez meses pelo clube. Até aqui, os dois lances marcantes do retorno são a falha no Carioca contra o Boavista e a expulsão contra o Juventude no último Brasileirão.
13. Jean David
Jean David foi contratado sob a premissa de melhorar o nível do ataque do Vasco na reta final de 2024. Depois das lesões de David e Adson, o chileno deveria ter protagonismo. No entanto, em campo, nunca mostrou nível técnico e físico que o credenciasse para contribuir na Série A. Com baixa estatura e pouca velocidade, o atleta não mostrou resquício de bom futebol. Já disputou 15 jogos pelo Vasco e nunca teve participação em gol. Custou muito, entregou nada.