Sub-17: Lucas Andrade revela macete nos pênaltis e inspiração por Léo Jardim

Pênalti é loteria? Nada disso. Para o goleiro Lucas Andrade, que brilhou na final da Copa do Brasil bub-17, dando o título para o Vasco ao defender uma cobrança na decisão contra o Bahia nesta quarta-feira, o segredo para ir bem nas penalidades é "tentar entrar na mente" do batedor. Em entrevista ao ge, ele revela a estratégia no momento decisivo e a inspiração em Léo Jardim e ídolos do clube.

— Muita gente fala que pênalti é loteria, mas não tem nada disso. A gente trabalha para caramba para pegar, aprimora a técnica do salto, do momento certo de sair, estuda adversário, e uma das coisas que fazem parte é "tentar entrar na mente" do batedor.

— Quem é da bola sabe que isso faz parte. Eu, particularmente, sou adepto a conversar, tentar desfocar o batedor de alguma forma, desestabilizá-lo... sempre faço isso e é uma estratégia que tem surtido efeito. Que bom, né? — completou o goleiro.

Lucas Andrade é um daqueles meninos que chega cedo ao Vasco e vive o clube 24 horas por dia. Ele saiu do Espírito Santo para tentar a sorte em São Januário. Hoje, mora dentro do estádio, estuda lá e é um dos líderes da equipe que conquistou a Copa do Brasil sub-17 pela primeira vez pelo clube.

— Fico muito feliz por ter contribuído bastante com a equipe para sermos campeões. É uma felicidade gigante para mim ter a oportunidade de levantar essa taça e representar bem o Vasco. Só quem tá aqui sabe o prazer que é vestir essa camisa, então, poder ser campeão da Copa do Brasil, pela primeira vez ainda, é um privilégio.

O Vasco fez uma campanha praticamente perfeita na Copa do Brasil sub-17. Foram oito jogos, com seis vitórias e apenas dois empates — um deles na decisão, contra o Bahia, por 2 a 2. A semifinal foi em um grande clássico contra o Flamengo, no qual a equipe de São Januário não tomou conhecimento dos rivais cariocas. O agregado terminou 7 a 2 para os vascaínos.

— Vasco e Flamengo é um grande clássico, seja no profissional ou na base. Então, enfrentar o rival, em qualquer que seja a competição, se torna uma motivação a mais, porque clássico é diferente, a gente aprende desde cedo que tem que vencer. Por isso, é muito gratificante saber que fizemos nosso papel contra eles nessa campanha com ótimas partidas.

Campeão desde cedo no clube e com o ensinamento de que clássico se vence, Lucas se inspira na tradição de outros goleiros que fizeram história com a camisa do Vasco. Ele se apega a dois dos melhores goleiros da história do clube, mas também mira um que acompanha de perto em São Januário e em alguns treinamentos no CT Moacyr Barbosa.

— Ser da base do Vasco é um privilégio por muitos motivos, ainda mais pra mim que sou goleiro e sei, claro, que o clube tem tradição em revelar atletas da minha posição. Eu não vi jogar, mas sei da história gigante e da qualidade de dois que estiveram na posição que eu estou hoje, que são o Helton e o Carlos Germano. Fenômenos! Se eu conseguir fazer parte do que eles fizeram, com certeza estarei num bom caminho.

— No início do ano, tive a oportunidade de treinar com o profissional e ver de perto o Léo Jardim, o que foi impressionante para mim. Hoje em dia, o goleiro que mais me inspira é o Mike Maignan, do Milan, porque vejo nele características que se assemelham às minhas, então, gosto de prestar atenção no que ele faz para servir de inspiração para mim.

Lucas Andrade chegou ao Vasco em 2023 e, desde então, se destaca na posição. Ele havia feito testes antes no América-MG e no Atlético-MG. O capixaba já se sente em casa em São Januário e sonha com voos mais altos ainda no clube.

— O Vasco enxergou potencial em mim, abriu as portas para que eu pudesse mostrar meu talento, me alojou e me recebeu da melhor forma. Posso dizer que foi uma chegada traduzida em muita trabalho, muita dedicação e muito esforço também, onde eu consegui me adaptar rápido e muito bem, então foi tudo muito tranquilo. Posso dizer que me sinto em casa por aqui.