No dia 10 de julho de 2024, o Vasco celebrava o retorno de Philippe Coutinho após 14 anos longe de São Januário. A volta foi marcada por uma recepção calorosa, com direito a grande festa de apresentação, música "chiclete" da torcida e muita expectativa para que o cria da Colina Histórica pudesse ser a principal referência técnica do time dentro de campo.
O ge lista abaixo os principais capítulos e números do primeiro ano da volta de Coutinho, que acertou sua renovação de contrato por mais um ano com o Vasco, após rescindir com o Aston Villa, da Inglaterra.
Foram dois meses desde os primeiros contatos entre as partes até o anúncio oficial para a volta de Coutinho. A negociação foi finalizada com o retorno do jogador por empréstimo do Aston Villa por um ano. O final feliz contou com esforço da diretoria vascaína, mas ocorreu, especialmente, pelo desejo do atleta.
Contratado para ser o novo camisa 11, Coutinho foi anunciado justamente às 11h do dia 10 de julho de 2024, em referência ao seu novo número no clube, com um vídeo mostrando imagens de do meia desde o seu início no Vasco. Torcedores de diferentes gerações narraram memórias que tinham com o jogador. (Reveja no vídeo acima).
Os caminhos de Vasco e Coutinho se reencontrariam com uma demonstração de grande carinho por parte da torcida. Os vascaínos lotaram São Januário em um sábado chuvoso para fazer uma grande festa para o retorno do meia.
A animação da torcida também foi vista com a criação de uma música para o retorno do jogador: "A barreira vai virar baile". Na apresentação, o próprio jogador cantou e brincou com a canção, que virou febre entre os torcedores nas redes sociais:
"Meus filhos não param de cantar (risos)", brincou Coutinho
Para acertar seu retorno ao Vasco, Coutinho aceitou uma redução salarial significativa, sem muitos entraves, mas exigiu garantias financeiras de que o clube pagaria os valores acordados. Além disso, pediu para Pedrinho contratar o volante Souza e o meia-atacante Alex Teixeira, seus amigos e também crias do Vasco.
As exigências incomodaram aliados de Pedrinho, mas não impediram o andamento da negociação. Souza foi anunciado quatro dias depois, no dia 14 de julho; enquanto Alex Teixeira foi oficializado para sua terceira passagem no dia seguinte.
O volante teve passagem bastante discreta e deixou o clube em maio deste ano, com apenas oito jogos disputados. O atacante, por sua vez, segue no elenco, mas com pouco espaço, e está fora dos planos do Vasco para a próxima temporada.
Primeiro gol no rival e realização de sonho
Coutinho fez sua reestreia pelo Vasco no dia 21 de julho, no segundo tempo da derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG, pelo Brasileirão, na Arena MRV.
O primeiro gol em seu retorno, porém, sairia cinco jogos depois e celebraria a realização de um sonho de menino. Coutinho balançou as redes para garantir o empate do Vasco em 1 a 1 contra o Flamengo, no Maracanã, pela 26ª rodada do Brasileirão.
Em 2008, em uma entrevista à TV Bandeirantes, o meia disse que esse era um dos sonhos dele com a camisa do Vasco.
— É um sonho jogar lá (no Maracanã). De vez em quando eu ia lá para assistir, mas agora posso realizar o sonho de estar no gramado. Meu sonho sempre foi jogar lá e marcar um gol contra o Flamengo no Maracanã — disse Coutinho, em 2008.
Um dos motivos do retorno de Coutinho ao futebol brasileiro foi a possibilidade de criar uma instituição que pudesse ajudar jovens e crianças. A inauguração oficial aconteceu no último mês, mas o instituto já recebia alguns eventos e iniciativas desde o ano passado. A sede fica em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
Em conversa com o ge, em junho deste ano, Ainê Coutinho, esposa do meia do Vasco, contou os bastidores do desejo do marido em retornar ao clube da infância e como a criação do Instituto pesou para a decisão.
— "Vou voltar para o Brasil e vou jogar no Vasco", ele disse. Isso já era certo que aconteceria, só não sabia quando. Ele sempre pede minha opinião, mas dessa vez ele estava muito decidido. Tinha a nossa família aqui, o Vasco, o Instituto Philippe Coutinho, que acompanharíamos mais de perto. Agora está pronto e inauguramos esse mês. Quando estávamos vindo, estava perto de ficar pronto.
Lesões em 2024 e evolução física em 2025
Em 2024, o jogador sofreu com problemas físicos e precisou se revezar entre sequências curtas à disposição da comissão técnica e ocasiões em que ficou fora para tratar lesões no departamento médico ou apenas para ser poupado.
O primeiro problema foi uma lesão na coxa esquerda que o deixou fora de combate pelo mês de agosto inteiro no ano passado. Ele a princípio seria desfalque por três jogos, mas acabou perdendo seis partidas porque contraiu Covid-19 nesse período e precisou faltar a sessões de treinamento.
Já na reta final do Brasileirão 2024, Coutinho foi poupado por dois jogos, contra Bahia (31ª rodada) e Botafogo (32ª), por causa de uma fadiga muscular, de acordo com o que foi divulgado pelo clube na ocasião.
Apesar da sequência prejudicada pelas lesões, o meia foi peça importante para levar o Vasco às semifinais da Copa do Brasil e para terminar o Campeonato Brasileiro com a classificação à Copa Sul-Americana, primeiro torneio internacional disputado pela equipe desde 2020.
Em 2025, o histórico de lesões diminuiu significativamente. O jogador só não atuou em seis partidas do time principal do Vasco na temporada. Foram quatro jogos preservado para controle de carga, uma partida por suspensão e apenas uma partida por lesão: contra o Sampaio Corrêa, por causa de um leve edema na coxa esquerda.
Na sua primeira temporada, Coutinho somou 18 partidas, sendo dez como titular. Em 2025, o jogador já acumula 26 jogos. Confira os números do meia:
2024 | 2025 | |
Jogos | 18 | 26 |
Jogos como titular | 10 | 26 |
Gols | 3 | 5 |
Assistências | 1 | 3 |
Minutos em campo | 990 | 1986 |
A renovação de contrato foi complexa, mas contou, principalmente, com o desejo do atleta em permanecer no clube onde se sente em casa. Foram meses de negociação entre Vasco, Aston Villa e os representantes do jogador.
Além do desejo de continuar vestindo a camisa do Vasco, Coutinho também expressava o interesse em dar sequência a projetos pessoais no Rio de Janeiro, como o próprio Instituto Philippe Coutinho.
Na última sexta-feira, o clube inglês anunciou a rescisão de contrato com o meia, que se estenderia até junho de 2026. Na sequência, o Vasco comunicou a permanência nas redes sociais com um vídeo dizendo que "a magia continua". O novo vínculo entre as partes terá validade de um ano.
Com a saída de Payet, coube a Coutinho também herdar a camisa 10 do Vasco. Essa será a primeira vez que um cria da base vascaína vai usá-la desde Evander em 2018.
Com o contrato de Coutinho renovado, há a expectativa para a sequência do meia com Fernando Diniz. O jogador manifesta constantemente a admiração pelo trabalho do treinador e fez alguns de seus melhores jogos sob o comando do técnico.
Após a pausa de um mês sem jogos devido à Copa do Mundo de Clubes, Vasco e Coutinho voltam a campo neste sábado, às 18h30, diante do Botafogo, pela 13ª rodada do Brasileirão, no Mané Garrincha.