Reservado fora de campo como diretor técnico, Felipe mostrou inquietação e muita atividade à beira do campo como técnico interino do Vasco, no empate por 1 a 1 com o Operário, em seu primeiro jogo de volta à função no clube. O gol de Nuno Moreira foi um dos poucos momentos de felicidade do técnico durante a partida, uma vez que o time não teve boa atuação em Ponta Grossa.
O ge assistiu à partida contra o Operário ao lado do banco de reservas do Vasco. Desde o início, Felipe parecia incomodado com a saída de bola do time. A instrução era clara: sair jogando desde trás, com uma base de três jogadores — normalmente com Hugo Moura entre os dois zagueiros. No entanto, alguns chutões e perdas de bola na defesa irritaram o técnico, que pedia calma para sair jogando.
Nos primeiros 20 minutos, o Vasco criou uma chance perigosa com Rayan, e Felipe aplaudiu a iniciativa do time. No entanto, o jovem atacante foi quem mais ouviu no primeiro tempo, ao lado de Paulo Henrique. O técnico ficou muito incomodado com a recomposição pelo setor direito.
O gol de Nuno Moreira fez o banco de reservas vibrar muito. Felipe foi quem mais comemorou. O técnico havia acabado de ajustar os posicionamentos de Nuno e Coutinho em uma conversa enquanto o jogo estava parado. Durante as comemorações, o treinador do Vasco chamou Jair e João Victor para passar orientações aos atletas.
No primeiro tempo, mais de uma vez Coutinho e Vegetti iam até Felipe receber instruções e perguntar sobre alguma questão tática. Em uma conversa entre o centroavante argentino e o técnico, a torcida do Operário provocou Felipe, gritando que o atacante não teria entendido nada que foi passado.
Depois do gol marcado, Felipe começou a se incomodar com a postura do Vasco no jogo. O técnico pedia para as linhas de defesa e meio de campo acompanharem a pressão do ataque na saída de bola adversária, mas o time demorava a subir. Em uma oportunidade, Felipe virou para o banco de reservas e disse:
— Fizemos o gol e ficamos sem a bola.
O incômodo virou nervosismo quando Allano foi derrubado na área e o árbitro Anderson Daronco deu pênalti contra o Vasco. O técnico demonstrou insatisfação com a marcação e ficou apreensivo com a análise do VAR, que demorou mais de três minutos. Quando Daronco anulou o pênalti, Felipe se benzeu e fez o sinal da cruz.
Incômodo com a postura
Na volta do segundo tempo, o técnico demonstrou mais incômodo com a postura do Vasco sem a bola e decidiu renovar o fôlego da equipe. Antes de fazer a substituição, consultou Nuno Moreira e Coutinho sobre as situações físicas dos dois. Nuno sinalizou que estava cansado. Coutinho também, mas deu a entender que aguentaria mais um pouco. Felipe chamou Loide, Cocão e Victor Luís para tirar Nuno, Jair e Piton.
O treinador mostrava preocupação com o lado esquerdo da defesa, já que Daniel Amorim estava caindo para aquele lado a todo momento, explorando as costas de Lucas Freitas e de Piton pelo alto.
Em contra-ataque do Vasco, Coutinho errou passe, já demonstrando cansaço, e Felipe chamou Alex Teixeira para entrar. A bola ficou com o Operário, que rodou a jogada e teve todo o espaço para empatar a partida com gol de Boschilia. Felipe ficou muito irritado com a passividade no meio. Alex Teixeira perguntou se mesmo com o gol sofrido a substituição seria mantida, e o técnico confirmou.
O Vasco ofereceu pouco perigo no fim da partida. A chance que Felipe mais lamentou foi a cabeçada de João Victor, que mandou por cima do gol já nos acréscimos. Após o apito final, o técnico foi direto para o vestiário.