Entre aumento das receitas, prejuízo milionário e quitação de dívidas, outro número do balanço financeiro de 2023 chama a atenção: os valores que a SAF do Vasco tem a pagar e a receber.
O Vasco tem cerca de R$ 120 milhões a pagar por transferências de jogadores - seja em uso de imagem, comissões a empresários ou transações de atletas.
Do montante, a maior parte vem destas transações. O balanço mostra que o Vasco tem R$ 59,5 milhões a pagar por transferências feitas em 2023. O documento diz que os valores serão liquidados de acordo com a negociação e os prazos acertados entre as partes. As comissões devidas representam R$ 34, 4 milhões.
Se o valor em contratações de jogadores chega a quase R$ 60 milhões, o Vasco tem mais de R$ 45 milhões a receber em vendas de atletas - em negociações feitas em 2023. O saldo é composto pelas parcelas das vendas do lateral Nathan ao Boavista, de Portugal, e de Andrey Santos ao Chelsea, da Inglaterra, e da negociação de Palacios com o Colo-Colo, do Chile.
Negociações como as de Gabriel Pec e Marlon Gomes, por exemplo, não entraram neste balanço, porque aconteceram em 2024. O balanço publicado pela SAF do Vasco traz as demonstrações financeiras entre o dia 1º de janeiro e o dia 31 de dezembro de 2023.
Somadas outras receitas, como valores da Caixa Econômica Federal (patrocínio retido desde 2017), direitos de transmissão, patrocínio, licenciamento, sócios-torcedores e mecanismo de solidariedade, entre outras contas, o Vasco tem cerca de R$ 105 milhões a receber.
No balanço, a empresa coloca como objetivo quebrar o ciclo vicioso e passar a um ciclo virtuoso. Para isso, mira aumentar a receita e a capacidade financeira do Vasco em busca da autossutentabilidade.
Esta autossutentabilidade passa por três pilares que a SAF acredita que estão sendo bem cumpridos: aumento de receitas, racionalização dos custos (ter controle das finanças - quanto entra, quanto sai -, o que antes não existia) e redução de dívidas.