O que se viu em Manaus, na noite da última quinta-feira, foi um jogo de ataque contra defesa. O Vasco ocupou o campo adversário na maior parte dos 90 minutos e teve muito volume ofensivo, mas conseguiu marcar apenas um gol contra o modesto Audax - até então o pior time do Campeonato Carioca. A moral da história é que o jogo escancarou a necessidade de o clube reforçar o ataque.
A SAF ainda está no mercado e tem negociações em andamento com jogadores da linha de frente. É preciso visualizar o time com essas peças para dar o tom de como o Vasco chegará para as principais competições do ano, a Copa do Brasil e o Brasileirão. Por enquanto, as análises em cima do atual elenco vão bater sempre em cima desta tecla.
Pelo que produziu na Arena da Amazônia, o Vasco deveria ter goleado o Audax. Com 67% de posse de bola, o time somou 26 finalizações, sendo somente seis no alvo, e cruzou mais de 40 bolas para a área. A equipe de Ramón Díaz, postada em um 3-5-2, não precisou se preocupar em se defender.
- Foi pouco - resumiu Emiliano Díaz.
O Vasco não foi nada exigido pelo Audax, que obrigou Léo Jardim a apenas uma defesa nas oito vezes que finalizou. O trio de zaga, inicialmente formado por Rojas, Medel e Léo, jogou adiantado e pisando o tempo todo no campo de ataque. Na melhor chance fora o gol, o zagueiro chileno deu ótimo lançamento para David, que acertou a trave.
O camisa 7 já havia aberto o placar quando perdeu a chance. E não foi a única que ele desperdiçou. O atacante terminou a partida com oito finalizações - foi ele quem mais desperdiçou chances no Vasco. Mas Rayan, Adson, Paulo Henrique, Piton, Galdames e Serginho também deixaram de marcar.
Pablo Vegetti e Payet não viajaram com o time para Manaus. O argentino trata fissura na costela, e o francês estava suspenso. Os dois são titulares, mas não vão aguentar a temporada toda - um tem 35 e o outro 36 anos. O Vasco vai controlar a minutagem dos jogadores, que hoje são os mais eficientes do ataque, apesar de o centroavante não ter desencantado ainda em 2024.
Números de Vasco x Audax:
Parece repetitivo, mas é inevitável dizer: o Vasco precisa de jogadores eficientes. Contra o Audax, que ainda não somou pontos e é o lanterna do Carioca, o time teve liberdade para criar. A melhor notícia da noite foi um estreante: Pablo Galdames.
O volante chileno, que chegou ao Vasco em uma transação envolvendo o Genoa, outro clube da 777, não estava antes nos planos da SAF. Se a primeira impressão for a que fica, em sua primeira chance com Ramón Díaz, Galdames parece ter entendido bem a necessidade do treinador.
Atuando pela meia direita, posição onde o clube perdeu Paulinho, lesionado, o meio-campista agradou. Encontrou bons passes para Rayan, Adson e Piton antes de achar David para abrir o placar em Manaus, aos 34 minutos do primeiro tempo. Galdames ainda precisa de jogos mais competitivos para mostrar de fato a que veio, mas começou com o pé direito.
A Ramón e sua comissão fica o saldo de mais uma formação testada, com jogadores ganhando minutagem, como Rojas, Mateus Carvalho, Galdames e Adson. À espera dos reforços, o treinador vai ter que ter criatividade para encontrar as soluções. Na quinta ele conseguiu fazer o Vasco dominar o frágil adversário, como tinha de ser, mas as chances perdidas fogem do alcance do argentino.
- A gente não pode ficar aqui sempre falando o mesmo. Precisamos (de reforços), a gente falou. Mas nós temos que encontrar as soluções, o treinador tem que encontrar soluções. Então tentamos fazer uma coisa, fazer outra, não podemos ficar lamentando - reconheceu Emiliano.