Após um ano intenso, que se estendeu até o apito final do último jogo, a torcida do Vasco, enfim, teve um final feliz. Sempre lotado, São Januário pulsou especialmente no segundo turno do Brasileirão, quando o time marcou o número de pontos necessários para se recuperar e se manter na elite. Mas teve bastante tensão no roteiro, já que, além de tumultos em derrotas e interdição por 90 dias, o Cruz-Maltino flertou com o rebaixamento por 37 minutos, e o caldeirão esteve a ponto de ter implodir.
Ou seja, na rodada decisiva, antes de marcar o primeiro gol e, depois, de desempatar a partida contra o Red Bull Bragantino, aos 30 minutos do segundo tempo, os resultados complicavam a situação. O Bahia, afinal, dominou o Atlético-MG e venceu por 4 a 1. Estes momentos foram os de maior tensão na Colina, na noite de quarta-feira. Fora isso, os torcedores fizeram muito barulho e apoiaram a equipe de maneira irrestrita. Foi assim, aliás, em praticamente todos os outros jogos da temporada, mesmo com a irregularidade do time.
Música que embalou o Vasco
Em 2023, uma música em especial dominou o estádio e viralizou. Ela foi criada pela torcida organizada Guerreiros do Almirantes, a GDA, que assiste às partidas atrás do gol. Ela já existia antes do período em que a Barreira do Vasco, comunidade ao lado de São Januário, ganhou mais destaque por conta da punição do STJD e da Justiça Comum após a violência na derrota para o Goiás.
O Vasco é minha alegria
Minha loucura, é minha vida
A tua história vamos honrar
Pela glória vamos lutar pra sair campeão
Nunca vão entender esse amor
Vasco da Gama, pra sempre eu vou te amar
Na barreira eu vou festejar
E cantar outra vez com os loucos da saída três
Essa letra virou um mantra da temporada, especialmente depois do retorno do estádio. É quando o Caldeirão explode de vez e de onde surgem a maioria dos vídeos que o próprio clube publicou nas redes sociais.
Mosaicos brilham e o último falha
Nessa sequência positiva, após a chegada dos reforços e do técnico Ramón Díaz, a torcida do Vasco preparou vários mosaicos no setor social. O mais marcante, por sinal, talvez tenha sido o da “resistência”, com um torcedor negro com a camisa nova de número três. Grandes vascaínos foram homenageados, como Chico Anysio, Erasmo Carlos, Pelé e, claro, Roberto Dinamite.
Lamentavelmente, porém, o último mosaico, patrocinado pela própria diretoria, falhou por ser muito pesado. Então, se soltou após alguns segundos e virou um bandeirão apenas. Nada que abalasse os cruz-maltinos. Tanto é que foi levado para as arquibancadas no segundo tempo na vitória sobre o Bragantino.
O fato é que, mais uma vez, os torcedores carregaram a equipe nas costas em alguns momentos e deram um novo significado à palavra resiliência. Afinal, em mais de 20 anos de resultados quase sempre frustrantes, o Vasco é pra quem acredita.