A janela de transferências do meio do ano do Vasco começou com a repatriação de Philippe Coutinho e terminou com a frustração na busca por um zagueiro. Na primeira janela com Pedrinho no comando da SAF do clube, o período ficou marcado com a volta dos crias revelados em São Januário e a liberação de jogadores para enxugar a folha do elenco.
Desde o início, o discurso adotado pela gestão de Pedrinho prezava responsabilidade financeira. Com o cenário pós-saída da 777 Partners, o Vasco teve dificuldades no início da janela por questões orçamentárias. A nova versão da SAF não quis, em nenhum momento, fazer movimentos considerados fora da realidade do clube.
A badalada volta de Philippe Coutinho, e os retornos de Alex Teixeira e Souza, foram os primeiros movimentos do Vasco na janela. Coutinho foi a principal contratação do clube no ano, e o nome mexeu com a torcida vascaína, que preparou uma grande festa em São Januário para a volta depois de 15 anos do jogador revelado no clube.
As voltas de Souza e Alex Teixeira foram sugestões de Coutinho. As contratações casaram com um diagnóstico que Pedrinho e Felipe, presidente e diretor técnico, fizeram no Vasco: a falta de um "DNA vascaíno". Fora a parte técnica, as chegadas dos jogadores eram vistas como positivas para o ambiente no vestiário, com mais atletas identificados com o clube e com perfis de liderança.
A quarta contratação do Vasco foi Emerson Rodríguez. O atacante de lado era visto como um jogador para o elenco e foi contratado pelo ex-diretor esportivo Pedro Martins, que atualmente está no Botafogo, e analisado também pelo ex-scout Witor Bastos, que saiu para o Athletico-PR.
Para reforçar, precisava de saídas
Com uma folha salarial superfaturada, o Vasco via pouco espaço para novas contratações e tentou aliviar o cenário com saídas de jogadores. A atual gestão entende que foram as contratações da primeira janela de 2024 que fizeram o valor subir consideravelmente.
O Vasco investiu alto (R$ 130 milhões) em jogadores que pouco deram retorno e ofereceu salários significativos. A pressão por reforços fez a SAF, ainda comandada pela 777, "cometer loucuras" contando com um possível aporte de setembro.
O clube negociou, portanto, as saídas de Zé Gabriel para o Coritiba, Serginho para o Criciúma e Clayton para o Rio Ave, de Portugal.
O caso do atacante é o que mais chamava a atenção da diretoria. Contratado por R$ 18 milhões, Clayton tinha um salário cerca de 800% maior no Vasco em relação ao que recebia em Portugal. A negociação foi feita por Alexandre Mattos.
Praxedes teve o empréstimo rescindido e foi cedido pelo Bragantino ao Athletico-PR. Erick Marcus, nos últimos dias da janela, foi para o Ludogorets, da Búlgaria. O atacante não estava nos planos do clube.
Últimos reforços e frustração por zagueiro
Após as saídas, o Vasco enxugou a folha e foi ao mercado para atacar as carências do elenco: as pontas e o centro da defesa eram as prioridades do clube nas últimas semanas.
Com um novo departamento de scout, comandado por Daniel de Brito Azevedo, ex-Flamengo, o Vasco acelerou as buscas na janela de transferências. O atacante Jean David foi contratado. O departamento de futebol identificou que seria bom para o esquema de Rafael Paiva um jogador parecido com Adson, mas que atuasse pela ponta-esquerda.
Com a lesão de Adson, o Vasco se voltou novamente para a posição, buscando um meia-direita na última semana da janela. A contratação de Maxime Dominguez, que ainda depende da realização dos exames médicos para ser oficializada pelo clube carioca, foi vista como importante nesse sentido. O suíço é um jogador versátil, que também pode atuar como segundo volante.
No entanto, o Vasco teve uma frustração na janela de transferências: a busca sem sucesso por um zagueiro que chegasse para ser titular. Desde o início do mercado, o clube tentou a contratação de um jogador para resolver a principal carência do elenco, mas nenhum zagueiro foi contratado.
A SAF vascaína tentou nomes como Pepe, ex-Real Madrid, Mina, do Cagliari, Rafael Tolói, da Atalanta, e Luan Peres, do Fenerbahçe. A lista de jogadores que interessavam também tinha Adryelson, do Lyon, que acertou com o Botafogo. Nos últimos dias da janela, surgiu a opção de Glavinovich, do Newell's Old Boys.
Mesmo com um acordo entre os clubes e com o atleta, o zagueiro argentino não foi contratado porque a documentação não chegou a tempo, antes do encerramento oficial da janela de transferências no Brasil.
O Vasco só poderá contratar, a partir desta terça-feira, jogadores que estiverem sem contrato com algum clube, ou seja, livres no mercado.