A demissão do técnico Álvaro Pacheco, desenhada após a derrota para o Juventude, na quarta-feira, foi questão de tempo no Vasco. Ontem, o agora ex-treinador português se reuniu com a diretoria e teve a saída comunicada. Em decorrência do movimento, o diretor executivo Pedro Martins pediu demissão e também deixará o cargo nos próximos dias. Foi uma quinta-feira que resume a realidade atual do presidente Pedrinho, que precisa remontar a espinha dorsal da SAF cruz-maltina.
Desde que assumiu o comando do futebol após o afastamento da 777 Partners na Justiça, Pedrinho perdeu representantes importantes da SAF, como o CEO Lucio Barbosa e a CFO Katia dos Santos, que pediram demissão. A decisão pela saída de Álvaro foi dele e de seus pares, mas Pedro Martins sai em decorrência de discordância pela demissão do treinador, contratado pelo clube já sob seu trabalho na função. Segundo o clube, ele participará do processo de transição para o novo executivo.
Pedro e Álvaro foram os últimos movimentos da empresa americana antes da troca de comando na SAF. O diretor executivo foi anunciado no dia 1º de maio e o técnico, no dia 21 — mas as negociações já vinham acontecendo há algum tempo. Uma decisão que foi mantida pela diretoria que vivia seus primeiros dias no comando. O afastamento da 777 aconteceu no dia 16.
Agora, a SAF vascaína tem um terreno praticamente zerado nas principais funções para ser reconstruído sob as decisões de Pedrinho e companhia. Na estrutura do futebol, ficou Felipe, recém-nomeado diretor técnico. Na terça-feira, quando a reforma de São Januário foi aprovada na Câmara, Pedrinho falou que tem feito esforço para estruturar a situação financeira.
— Como o movimento foi identificado de uma forma muito antecipada, já estamos estruturando há muito tempo uma operação financeira para honrar todos os compromissos e dar estabilidade. É o que estou fazendo. Identificado o problema, estamos honrando com os salários em dia, pagamos luvas atrasadas e vamos continuar até o final do ano. O que estou levando para o clube é estabilidade financeira e de gestão.
O presidente também encabeça a negociação pelo retorno de Philippe Coutinho, que, pelo menos logisticamente, não deve ser afetada pelas mudanças.