“O Coutinho voltou querendo demais, anota mais três pontinhos na conta do pai / A Barreira vai virar baile” foram versos que não saíram da cabeça do torcedor do Vasco nas últimas semanas, enquanto Philippe Coutinho oficializava o retorno ao clube. O meia, que fez sua estreia na derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG, no último domingo, foi homenageado por MC Darlan e Blogueirinho em “A Barreira vai virar baile”, música que rapidamente virou hit nas arquibancadas e despertou interesse sobre a Barreira do Vasco, comunidade vizinha ao estádio, retratada no principal verso.
O termo “Barreira do Vasco” aparece em pico de interesse no Google Trends, serviço do Google que mede buscas ao longo do tempo, no período de lançamento da música. Uma semana depois da inclusão dela — entre 1º e 2 de julho — em aplicativos de streaming, as pesquisas começaram a crescer. Do dia 8 ao 12, o nível de buscas e interesse foi a 58, em uma escala de 0 a 100. É nesse intervalo, no dia 10, que o Vasco faz o anúncio oficial de Coutinho.
No dia 13, quando o jogador foi apresentado à torcida em São Januário, o interesse chegou a 100. O sucesso da música também acompanha as buscas: são 1,5 milhão de reproduções só no Spotify.
A Barreira virou baile?
pesar dos versos, a realidade é que a Barreira do Vasco já “virava baile” mesmo antes da chegada de Coutinho. A comunidade é ponto de concentração, dispersão, entretenimento e alimentação de torcedores antes, durante e depois das partidas.
A Barreira, que coexiste com São Januário desde os anos 1930 e hoje tem mais de 16 mil moradores, fica localizada atrás da curva das arquibancadas. Mas os vascaínos se referem informalmente aos arredores do estádio em geral pelo nome da comunidade. Afinal de contas, bares, barracas, trailers e pontos de vendas informais tocados e frequentados por moradores da comunidade se espalham por ali.
É muito comum que o local encha até em dias em que o Vasco joga fora de casa, ocasião em que torcedores se juntam para assistir às partidas nos bares locais.
No ano passado, quando São Januário foi interditado por decisão da Justiça, a Barreira foi ponto de protesto de torcedores e moradores, afetados pela falta de recursos que vinham das partidas no estádio. Em setembro, durante confronto do cruz-maltino com o Bahia, em Salvador, milhares de torcedores se reuniram nos arredores do estádio e na Barreira para assistir à partida. A conexão é eternizada no estádio: a frase “Barreira do Vasco, casa do legítimo clube do povo” estampa o teto da arquibancada social.