A disputa judicial entre o fundo inglês Leadenhall e a 777 Partners (hoje controlada pelo fundo A-Cap) segue em andamento na Justiça americana e já começa a respingar nos negócios da holding americana no futebol. Na semana passada, tanto a Leadenhall quanto a 777 Partners anexaram documentos ao processo na corte de Nova York: cartas sobre os negócios dos americanos em dois clubes europeus.
Na última terça-feira, a Leadenhall informou ao juiz John G. Koetl que pede, desde o dia 9 de setembro, esclarecimentos à A-Cap sobre o Standard Liège, que foi colocado à venda, bem como sobre os empréstimos feitos durante a tentativa de compra do Everton, que totalizam cerca de 200 milhões de libras (1,46 bilhão de reais) e devem ser pagos pelo Friedkin Group, novo proprietário do clube inglês. Os documentos foram divulgados no X por Greg Cordell.
Ainda segundo a Leadenhall, havia preocupação com a possível movimentação de ativos. A resposta veio no dia 30, quando a A-Cap teria se comprometido a explicar o negócio com o Everton sob um acordo de confidencialidade. O fundo inglês também poderia analisar os termos antes de qualquer acordo sobre os empréstimos.
Em resposta anexada ao processo, a A-Cap alegou que não foi envolvida nos pedidos de informação anteriores (relativos diretamente a ativos da 777, que assumiu posteriormente) e que o negócio com o Everton não faz parte da petição inicial, mas que compartilha as informações pelo "espírito da comunicação aberta". A seguradora garantiu que seguirá colaborando com a Leadenhall e com a Justiça no caso.
Dos detalhes que foram publicados ao longo do processo, trata-se de uma das primeiras vezes em que a Leadenhall pede informações diretas sobre os negócios recentes no futebol da A-Cap. Poucos meses depois de assumir os ativos da 777, a seguradora teria colocado todos os clubes à venda, incluindo o Genoa, da Itália. No Brasil, o Vasco, que afastou a 777 na Justiça em maio, tem acordo com a A-Cap para tentar uma revenda das ações de sua SAF desde julho.
Segundo o site ge, a Leadenhall tem liminar desde o dia 8 de julho que veta que a A-Cap se desfaça de ativos. Todavia, ainda de acordo com o site, a Nutmeg Acquisition LLC, empresa da 777/A-Cap responsável pelos clubes de futebol, não seria ré nem estaria incluída na liminar.
A Leandenhall acusa a 777 de fraude financeira e questiona os ativos oferecidos pela empresa como garantias em empréstimos, no valor de US$ 350 milhões (1,96 milhões de reais), que supostamente não pertenceriam ou já tinham sido colocados como garantias em outras linhas de crédito. A holding vive uma profunda crise financeira, segundo a imprensa europeia.