Candidato pela 1° vez à presidência do Vasco, Marcelo Borges já tem uma certa experiência de clube. Borges foi diretor de patrimônio do clube, entre 2018 e 2020. Trabalhou como gestor dos CTs do Gigante da Colina, em especial do profissional. Além disso, Patrocinou a reforma do colégio, que é um dos maiores orgulhos da Instituição.
Empresário do mundo coorporativo, Borges concedeu uma entrevista exclusiva para o Vascaino.net para falar de suas propostas. Bastante contundente, o candidato detonou o processo de transição do associativo para a SAF. O presidenciável promete que vai abrir o contrato, caso seja eleito.
Confira a entrevista do candidato da chapa ”Vasco da Gente”:
Vascaino.net: Como você vê a questão da 777? Como será a comunicação com a empresa?
Marcelo Borges: ”Eu entendo que o processo de SAF é uma tendência, mas o processo no do Vasco foi catastrófico. Muito ruim. O fato dos conselheiros que estão lá terem sido eleitos por uma liminar já começou errado. Nenhum conselheiro teve acesso a nada do contrato. Isto é muito ruim. Deveria ter tido mais respeito com o clube, com os sócios. Não houve. Entrei na Justiça para a abertura do contrato da SAF. Espero sair vitorioso”
”Prefiro não falar o que acho da empresa. Acho que isto tem que ser mais investigado e apurado. Fizeram a diligência, dizem que foi feito uma análise da 777. Disseram que tinha mais de 40 empresas, mas nenhum conselheiro viu contrato. Nem nenhuma proposta de outras empresas. Parece que foi amarrado para cair com a 777. Lembrando que esta empresa foi repelida pelo Corinthians, mas foi aceito com desespero absurdo pelo Vasco”
”Eu sou legalista. Tenho uma equipe jurídica forte para ter a maior lisura neste processo da SAF. Sócio proprietário tem que ter direito a ver o contrato. Além de ser lei, está no estatuto, coisa que querem mudar nesta proposta de estatuto. Querem cercear os sócios de terem acesso a qualquer contrato privado dentro do clube. Deixando ter acesso somente aos contratos públicos, que por lei federal já é obrigado. Acho um abuso cercear o sócio proprietário de ter acesso a qualquer contrato”
”Eu fiz duas notificações extrajudiciais ao clube de dois contratos que ninguém teve acesso. Contrato de locação do Osório e contrato de locação de São Januário para a SAF. É abusivo. Pagar R$ 1 milhão de aluguel por ano. São Januário dá 83 mil mês, se juntar loja e restaurante já da mais de R$ 50 mil. Alugamos o gramado somente para o Fluminense usar o campo por R$ 70 mil por jogo. Não está sendo justo para o clube. Isto não é correto para o Vasco associativo”
Vascaino.net: Você pretende participar mais do futebol e usar os 30% que o Vasco tem de participação?
Marcelo Borges: ”Com certeza. Inclusive, beira a omissão. Relação dos nossos 30% com a diretoria da SAF para mim é muito clara. Só aconteceram estas mudanças no futebol por conta dos movimentos políticos. Não foi por preocupação ao clube. Deveria ter tido mudança quando perdeu para o ABC ou quando ganhou o troféu de quinto lugar no Campeonato Carioca. Já deveria ter tido mudança de gestão, mudar a casinha ali. Comemorar quinto lugar no Carioca e ser eliminado para o ABC é uma vergonha. O movimento da saída do Luiz Mello, que continua de diretor da SAF, foi uma cortina de fumaça. Movimento estritamente político. Achavam que teriam uma eleição morna, fraca e que ninguém iria querer participar. Viram que o negócio está diferente do que estavam pensando”
Vascaino.net: acredita que o Vasco vai se livrar do rebaixamento?
Marcelo Borges: ”Estamos dando uma respirada. Espero que dê certo. Será o sexto rebaixamento. Terceiro rebaixamento desta gestão. Sem contar o rebaixamento no futebol feminino. Tenho que torcer muito que dê certo. Acho que terá saída. Parece que está começando a ter futebol. Tem times piores. Na verdade, estamos correndo contra o tempo”