Política

Eleição: Marcelo Borges aposta em reforma de São Januário

É ano de eleições no Vasco e os candidatos começam a aparecer com suas propostas para o Gigante da Colina. No primeiro processo eleitoral após a compra de 70% do futebol do clube pela 777 Partners, as propostas não têm mais foco no futebol, e sim na relação da empresa com São Januário. O ENM entrevistou o candidato Marcelo Borges, que pretende reformar o estádio, vender os naming rights e rescindir o contrato de aluguel com a 777.           

Quanto a reforma de São Januário, Borges aposta no projeto “Caravela”, apresentado pela chapa SOMAMOS, nas eleições de 2020, e projetado pela POPULOUS, empresa responsável por construções de arenas ao redor do mundo. Segundo ele, o estádio terá capacidade para 45 mil pessoas a fim de receber competições internacionais. Além disso, o desejo do candidato é de vender o nome, assim como foi feito pelo Corinthians na Neo Química Arena, para arrecadar fundos para o Vasco Associativo. Outro ponto citado, é o da possibilidade da realização de shows e eventos no estádio pós-modernização.

O candidato também defende uma revisão do contrato de locação do complexo de São Januário para a SAF.

– Tá muito claro que o contrato não é vantajoso para o clube, até porque eles não estão cuidando do clube como o Vasco merece ser tratado, de ser cuidado – disse. 

Borges culpa a SAF pelo estado de São Januário.

– São Januário está alugado para a SAF e esse estado deplorável em que se encontra é totalmente responsabilidade dela. Na última gestão, eu atuei como diretor de patrimônio e uma das pastas que nós tínhamos era justamente a de manutenção de São Januário. Foi o momento mais brilhante dos últimos anos. Tudo limpinho, pintado, refletores alemães novos e chegou a ser um dos melhores gramados do Brasil. A gente viu o que aconteceu, a deterioração do nosso patrimônio com objetivo claro de sucatear. E depois, no momento de percentual de ações, pegar o nosso patrimônio. É o que eu vou lutar bastante para não acontecer – afirmou. 

Além disso, o candidato cogita rescindir o contrato de aluguel de São Januário para a 777. 

– Nos nossos projetos, a gente tem a cobrança imediata da manutenção, mas no caso, eu opto pela rescisão do contrato de locação do complexo de São Januário. Não foi vantajoso para o Vasco da Gama. Para você ter uma noção, é algo em torno de R$ 83 mil por mês, o que a SAF paga ao Vasco Associativo por São Januário. Quando o Vasco alugou São Januário, somente o campo, para o Fluminense, um jogo, foi R$ 70 mil. Então, é obvio, que essa negociação não foi vantajosa para o clube e ela terá que ser revista, talvez rescindida – contou. 

Marcelo Borges também tem planos para facilitar o estacionamento dos torcedores em dias de jogos no estádio.

– Já tive reunião com o presidente do CADEG, queremos criar um convênio, no qual, em dias de jogos, os sócios estacionarão no CADEG. Ali nós temos em torno de 1200 vagas e o CADEG vai disponibilizar o transporte para uma quantidade maior de sócios. Com isso, daremos uma limpada naquela bagunça que fica no entorno de São Januário com um bocado de carro na rua. Isso vai diminuir absurdamente neste primeiro ano, enquanto estivermos fazendo o projeto executivo, e isso é bom para todo mundo. Bom para Vasco, bom pro CADEG, bom para os sócios – ressaltou.

Confira outras respostas do candidato: 

ENM: Existem projetos para novas fontes de renda para o clube associativo?

Marcelo Borges: Inicialmente, através da fundação do Instituto Vasco da Gama, é que a gente tem a captação desses recursos, para que eles não tenham risco de nenhum embargo, nenhum bloqueio por parte do próprio grupo de vascaínos que já sabotaram o clube no passado e podem sabotar no futuro. Nós também pensamos em criar o banco digital do instituto Vasco da Gama, no qual um percentual das operações bancárias dos sócios são destinados ao clube associativo e também operadora de saúde, que é nacional. A gente vai ter a bandeira do instituto, para que todos os boletos emitidos tenham um percentual destinado também aos esportes amadores da instituição Vasco da Gama.

ENM: Como o candidato avalia essa gestão da SAF e as críticas dos torcedores?

Marcelo Borges: A crítica dos torcedores é justa, legítima e é o resultado da gestão péssima da SAF. Não só a gestão, como todo o procedimento, que, na verdade, consumiu bastante a paciência de todos os sócios e todos os torcedores. Fora também o fato da maioria dos gestores das áreas da Vasco SAF, hoje, serem torcedores do Flamengo. Até que ponto trabalham para dar certo? É algo, que apesar da gente falar bastante em gestão profissional, o futebol, como o Vasco, como o próprio rival, mexe com a paixão. Então, você não tem como trabalhar paixão de quem não tem a identificação com aquele clube. Não posso exigir de um executivo flamenguista, que é sócio do Flamengo, que tenha paixão pelo trabalho dele no Vasco. 

ENM: Quais são os planos do candidato para outros esportes como basquete, futsal, e-sports, futebol feminino, entre outros?

Marcelo Borges: As pessoas precisam entender o processo da SAF. Tanto o Futsal, quanto o Futebol Feminino, fazem parte da SAF. Ficaram poucas categorias para o Vasco Associativo dessas pastas, talvez, as menos interessantes para a SAF. Teremos o Futsal acima de 15 anos e algumas categorias e modalidades de futebol. Mesmo assim, vamos criar a pasta do Futsal e vamos criar a pasta do futebol, porque nós temos 30% dessa SAF, até que se prove o contrário. E para isso, temos que ter responsabilidade profissional em cima dessa porcentagem. Também temos projetos para o Basquete, para o Ciclismo. A gente vai reativar o Ciclismo. Poucas pessoas sabem, mas o Vasco foi campeão sul-americano de Ciclismo. Natação; Luta; Tênis; Voleibol; Remo, que é nosso esporte de fundação. Então, tem sido nosso desafio em montar as vice-presidências desses esportes. Serão pastas separadas porque cada esporte vai ter seu projeto incentivado, portanto, vai ter a sua gestão desde a escolinha até o profissional. 

Queremos enviar atletas e voltar a participar dos jogos olímpicos levando nossa cruz de malta no peito. Nós precisamos renovar esse símbolo para o Vascaíno. E no caso do E-Sports, teremos Olimpíadas em 2024 na França e no Brasil em 2025. Então, queremos preparar a equipe com peneiras no Brasil todo para termos uma equipe forte de E-Sports e que, de fato, tenhamos representatividade nessa modalidade.

ENM: E as outras sedes, como ficam? 

Também temos um projeto de melhoria da sede da Lagoa e do Calabouço, além de São Januário, claro. Deixar a sede muito mais agradável e atrativa para o sócio. Voltarmos a ter atividades sociais no clube. A gente precisa fazer com que o sócio do Vasco volte a frequentar as sedes do Vasco da Gama.

E um projeto muito bacana que a gente também tem é o Vascopass, que é um paralelo que temos com o Gympass. Nós temos um objetivo de ligar o Vasco aos clubes de colônias portuguesas e outros clubes. Na verdade, temos sócios, torcedores, mas estamos com poucas sedes sociais e esses clubes tem sedes sociais e precisam de sócios. Então, no caso, faremos um percentual da mensalidade desses sócios serem repassados para essas casas portuguesas, para que se desenvolvam, melhorem as suas estruturas, e com isso, teremos uma amplitude de atendimento aos nossos sócios através destes clubes portugueses espalhados por todo o Brasil. O Vasco deixa de ficar apenas em São Januário, Calabouço e Lagoa e passa a ser, de fato, um clube nacional acessível aos sócios estatutários de todo o Brasil. 

Fonte: Esporte News Mundo
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