Fábio Carille não escapou das vaias em São Januário. Nesta terça-feira, nem mesmo a vitória do Vasco por 1 a 0 sobre o Puerto Cabello, pela 2ª rodada da Conmebol Sul-Americana, fez com que o treinador deixasse de ser hostilizado pelos torcedores nas arquibancadas. Ele abriu a coletiva de imprensa falando sobre o assunto e ressaltou que as críticas estão "passando para o campo" e "não está ajudando" a equipe vascaína.
— Fizemos um jogo consistente. Criamos várias oportunidades em cima do que trabalhamos, do que imaginamos. Não sei o número de finalizações. Não me lembro do Léo Jardim fazer defesas difíceis. Procuramos ter equilibrado. Vitória importante, poderia ter saído mais gols. Muito feliz pelos três pontos. Esperar a rodada terminar para ver se seguimos líderes ou não.
Sobre o torcedor, o Vasco precisa muito do torcedor. O Vasco. Então eu vejo que, quando me xingam ou xingam algum atleta, isso passa para o campo e isso não está ajudando em nada. Depois do jogo, fica a vontade. O torcedor tem todo direito, mas eles tem que entender que não está ajudando. Durante o jogo, está passando para dentro do campo e a gente sente um nervosismo desnecessário que não está nos ajudando em nada.
— Fábio Carille, técnico do Vasco
Carille iniciou uma semana decisiva pela sua permanência no cargo e é sabido que os próximos jogos são primordiais para a sequência do treinador. Diante do Puerto Cabello, o placar magro e a pressão sofrido nos minutos finais fez com que o desempenho mais uma vez não agradasse aos torcedores. A próxima "prova" será frente ao Sport, no sábado, também em São Januário.
Internamente, o incômodo com Carille aumentou, principalmente, pela forma como os dois jogos anteriores se desenrolaram. Contra o Melgar, também na Sul-Americana, a equipe chegou a abrir 3 a 1 no placar, mas cedeu o empate nos minutos finais. Na derrota por 3 a 0 para o Corinthians, pelo Brasileirão, a postura pouco competitiva gerou ainda mais críticas. Na coletiva, no entanto, ele negou se sentir pressionado.
— (Não me sinto) Ameaçado em momento algum. O ambiente no CT é maravilhoso. Não tenho o que reclamar desses caras. O ambiente está tranquilo e não me sinto ameaçado — afirmou.
Após a vitória, o Vasco volta a jogar na Sul-Americana no dia 22, quando enfrenta o Lanús em casa, às 21h30 (de Brasília). Antes disso, porém, os vascaínos têm três compromissos pelo Campeonato Brasileiro. O primeiro deles é diante do Sport, neste sábado, às 21h, em São Januário. Depois, a equipe ainda encara Ceará e Flamengo.