A Federação Internacional de Basquete (FIBA) notificou a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) sobre possíveis manipulações em resultados de um jogo do Novo Basquete Brasil (NBB), torneio da Liga Nacional de Basquete (LNB). Segundo o Blog do Ancelmo, do Globo, que revelou à história, um dos jogadores envolvidos é estrangeiro e se transferiu para o México ao longo da temporada. O ge confirmou a informação e acrescenta que a CBB, que não tem mais nenhum vínculo com a LNB, já encaminhou a notificação para a Polícia Federal, o Ministério Público de São Paulo e a Justiça Desportiva, para que estes órgãos deem andamento às investigações. A entidade divulgou nota oficial, publicada abaixo. A LNB, por sua vez, afirma que não recebeu nenhuma notificação sobre o assunto.
- Através de seu Departamento de Comunicação, a Liga Nacional de Basquete diz que não foi informada sobre qualquer caso de manipulação de resultado em jogos que organizou em 2024. Nem pela FIBA, nem pela Genius Sports, empresa parceira da LNB e da própria FIBA na análise e monitoramento de possíveis fraudes em resultados esportivos. A Liga aguardará que venha qualquer comunicado oficial da FIBA para tomar as providências cabíveis - respondeu a LNB.
A Fiba tem uma área jurídica que, entre outras atribuições, tem um setor que busca monitorar casos suspeitos para a manutenção da integridade do esporte, com a missão garantir sua credibilidade. Dentro dessa área há um setor responsável por avaliar manipulação de resultados. Após receber um relatório da Sportradar, empresa especializada em monitoramento de partidas, esse setor teria identificado uma possível manipulação em um jogo do NBB e notificou à CBB, que por sua vez encaminhou aos órgãos competentes. A possível manipulação teria acontecido na atual temporada, e a CBB só chancelou a LNB até a temporada passada, que terminou em junho de 2023.
Não foi divulgado que tipo de manipulação teria acendido o alerta na FIBA. Mas fontes das entidades brasileiras sugerem que um ou mais jogadores tiveram um aproveitamento muito abaixo de sua média na partida, o que teria coincidido com um aumento das apostas nos números alcançados por esse(s) atleta(s) em sites especializados em apostas. Explicando melhor, as apostas no desempenho de um jogador podem ser feitas em uma variedade de resultados, como número de pontos, cestas de três, lances livres, rebotes, assistências e bloqueios.
Veja na íntegra a nota oficial da CBB:
A respeito da nota veiculada na coluna Ancelmo Gois, de O Globo, nesta quinta-feira, 2 de maio de 2024, a Confederação Brasileira de Basketball confirma que recebeu da Federação Internacional de Basquete (FIBA) um relatório da empresa Sportradar apontando possível caso de manipulação de resultado em partida válida pela Liga Nacional de Basquete, torneio que não é mais chancelado como oficial e que a CBB não tem qualquer responsabilidade.
Após responder à FIBA, a CBB encaminhou a documentação recebida às autoridades brasileiras competentes (Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Desportiva) para a devida análise e investigação, cumprindo com sua função da entidade maior do basquete brasileiro, nos termos dos artigos 177, 187, 188, 198, 199 e 200 da Lei Geral do Esporte.
A CBB também procederá à instauração de Comissão de Inquérito conforme seus Estatutos para verificar o eventual descumprimento das normas e regulamentos da CBB e da FIBA.
A ruptura entre CBB e NBB
A CBB retirou a chancela da LNB no fim de junho, logo após o fim da temporada passada. Assim, o Novo Basquete Brasil (NBB), principal campeonato masculino do país, organizado pela liga, perdeu a condição de torneio nacional oficial. Sem a chancela da Confederação, a Liga pode existir e organizar competições, mas deixa de ser o torneio oficial e classificatório para competições internacionais, por exemplo.
A ruptura aconteceu após algumas disputas judiciais entre CBB e NBB. Como a CBB não reconhece mais o NBB, encaminhou as denúncias recebidas para a PF e o MP. Essa falta de reconhecimento da CBB em relação à Liga Nacional de Basquete tem ainda outras consequências: em princípio, nenhum clube que joga o NBB, por exemplo, poderia participar de jogos internacionais chancelados pela FIBA, já que, por estatuto, as vagas são da Confederação. Mas a entidade internacional ainda irá definir a participação brasileira.