Copo meio cheio ou meio vazio. A primeira partida do Vasco no Campeonato Carioca com seu elenco principal permite as duas leituras. A atuação no segundo tempo, com as entradas de Payet e Paulinho, garantiu a vitória sobre o Madureira, agradou a torcida e deu esperança de uma boa campanha ao menos no Estadual. Mas o rendimento na etapa inicial, com equipe quase reserva, não só irritou os presentes em São Januário como deu motivos para preocupação.
O lado positivo da vitória, claro, foi a sintonia exibida por Paulinho e Payet com os demais jogadores. A entrada dos dois fez com que jogadores que participaram do péssimo primeiro tempo do time crescessem. Principalmente Serginho, Paulo Henrique e Rayan.
É verdade que o Madureira deu espaços que o Vasco não deve encontrar nos clássicos e no Campeonato Brasileiro. Mas Payet e Paulinho souberam aproveitá-los. O francês destilou bons passes, como a assistência de letra para o gol de Rayan. Já o camisa 18, um pouco mais atrás, fez a distribuição do jogo. Importante destacar também a boa entrada de Jair, dando esperanças de que pode apresentar o futebol esperado pela torcida desde quando foi contratado.
No entanto, o segundo tempo não apaga o que foi a primeira etapa do Vasco. Por ser a primeira vez do elenco principal em São Januário em 2024 (o grupo retornou de período de pré-temporada no Uruguai), a expectativa do torcedor era grande. Mas, na primeira etapa, o técnico Ramón Díaz mandou a campo muitos reservas. E o futebol apresentado foi tão insosso que a torcida não perdoou e vaiou os jogadores.
Sem poder de criação, o Vasco não conseguiu levar perigo ao tricolor suburbano. A bola parava na intermediária e de lá não saia. A falta de criatividade, de velocidade e de mais precisão nos passes implodiu qualquer estratégia elaborada antes.
Se a boa atuação na volta do intervalo gera esperança, a apatia e os erros do primeiro tempo preocupam porque mostram um elenco sem opções. E, para as pretensões do clube para a temporada como um todo, elas serão necessárias.