Tudo que a torcida do Vasco deseja é um ano novo de 2025 feliz. Para isso, o clube tem algumas demandas que podem encaminhar uma boa temporada, que envolvem o futebol dentro e fora de campo.
O ge separou algumas demandas que o clube tem em aberto para o ano que se inicia nesta quarta-feira, a começar pela busca por um novo dono para a SAF. Veja abaixo cada situação.
Novo dono da SAF
Com Evangelos Marinakis, Andrea Radrizzani e outros interessados na compra da SAF do Vasco, a direção do clube segue na busca por um novo dono do futebol do clube. Depois da ação que removeu a 777 do quadro de sócios, o Vasco tem conversas em andamento com alguns interessados, apesar de não ter recebido nenhuma proposta de compra até o momento.
No início de dezembro, o clube enviou novos documentos para o início da fase de due diligence da negociação com Marinakis. O status atual das tratativas é de estudo e análise financeira e patrimonial do Vasco, tudo em fase inicial. As tratativas prometem voltar nos primeiros dias de 2025 depois das festividades de fim de ano.
Em entrevista recente, Pedrinho disse que conseguiu um fôlego nas contas e garantiu o Vasco autossustentável pelo menos até março.
— Ao mesmo tempo que a gente tem conversas com investidores, eu preciso fazer uma reestruturação financeira através de uma mediação, a medida cautelar deu uma pausa nas execuções. Com isso, ganhamos um respiro. Isso gerou muita gasolina para o início da próxima temporada, ainda tem questão de cota de TV, premiação do Brasileiro. Isso nos dá uma garantia no mínimo de mais três meses — afirmou ele.
Reforma de São Januário
Criar uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) é o ponto mais urgente dos próximos passos da reforma do estádio do Vasco: é ela quem vai emitir, vender e receber os recursos pelos certificados de potencial construtivo, além de conduzir todo o processo de reforma.
O clube negocia com uma empresa para vender um valor significativo do potencial construtivo de São Januário. As conversas seguem em fase de troca de minutas e caminham para conclusão. Caso o negócio seja fechado, será a venda de maior valor até o momento.
A diretoria vascaína, que tinha como objetivo iniciar a reforma em dezembro de 2024, tem outras negociações finalizadas, com cartas de intenção assinadas, mas envolvendo cifras menores.
Neste momento, não há previsão estabelecida pelo clube para o início das obras de São Januário. Antes, havia a expectativa de que as obras começassem em janeiro de 2025, mas a negociação com uma construtora para a compra de 210 mil m² do potencial construtivo não deu certo.
Obras no CT
O Vasco iniciou um planejamento em novembro para a reforma do CT Moacyr Barbosa em 2025. Um dos objetivos e focos da gestão de Pedrinho é a melhoria do centro de treinamentos.
O clube tem o desejo de possibilitar uma integração entre profissional e a base e aumentar o número de campos disponíveis. A chegada de um novo dono do futebol aceleraria o processo de reforma do CT pelo dinheiro a ser investido. Até lá, o Vasco tenta arrecadar recursos e viabilizar as questões jurídicas com a Prefeitura do Rio para não ficar somente à espera de um novo dono.
— Tem alguns critérios óbvios para a gente alinhar com um investidor: credibilidade reconhecida, saúde financeira, planejamento esportivo financeiro com prazos para de cumprimento, estrutura de CT com prazo de cumprimento, porque a gente pode botar "gastar R$ 50 milhões no CT" e nunca gasta. A gente precisa ter garantias para proteger a instituição para não cometer o mesmo erro cometido com a 777 — disse Pedrinho, em entrevista coletiva em novembro.
Reforços para o time titular
Enquanto o clube promoveu saídas na reta final de 2024, a busca por reforços segue no mercado. O Vasco tem acertos encaminhados com quatro jogadores: Daniel Fuzato, Lucas Oliveira, Lucas Freitas e Tchê Tchê. No entanto, a direção vascaína ainda tem como prioridade duas posições para o time titular: um zagueiro e um atacante de lado.
Sabe-se que essas são as duas principais carências do elenco atualmente, já há algum tempo, e é um desejo da direção resolver o problema crônico do time nas duas posições, além de reforçar o time em outros setores menos urgente no momento.
Recuperação judicial
Aprovado pelo Conselho Deliberativo dois dias antes do Natal do ano passado, o plano da diretoria de recuperação judicial é uma das metas para 2025. O tema é tratado por Pedrinho e seus diretores como fundamental dentro do processo de reestruturação financeira que está em andamento no clube. A gestão acredita que essa é a forma mais segura e eficiente de atacar as dívidas.
De acordo com a apresentação da Alvarez & Marsal, escritório contratado para prestar consultoria ao Vasco sobre o tema, o cálculo mais recente apontou uma dívida que gira entre R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão. O Vasco segue tocando a mediação com seus credores na tentativa de enxugar as dívidas para no fim descobrir o tamanho do passivo com o qual terá que trabalhar.
A expectativa da diretoria é encerrar as mediações até o fim de janeiro. O clube informou na última reunião com o Conselho que há acordo assinado com os credores trabalhistas da classe I, que são decorrentes de acidentes de trabalho ou da legislação do trabalho com valores para receber até o limite de 150 salários mínimos.
O regime de recuperação judicial é considerado essencial pela diretoria de Pedrinho em especial porque protege o clube de penhoras e outras medidas constritivas. Além disso, reduz o risco de punições desportivas, como o transferban, aplicadas pela CNRD e cortes arbitrais da Fifa.
O Vasco, no momento, tem uma medida cautelar em vigor a seu favor, que suspende execuções de penhoras e bloqueios financeiros, mas a decisão tem validade somente até o dia 21 de janeiro.