Poucas emoções se comparam a assistir ao próprio time fazendo um gol decisivo no estádio. É esta euforia única que o vascaíno Antonio Neves busca recriar em “Dinamite”, single lançado nesta sexta-feira (10) em todas as plataformas de streaming.
Arranjador e multi-instrumentista, Antonio Neves quis homenagear o time do coração, a torcida vascaína e o ídolo, Roberto Dinamite, em seu novo lançamento.
Em parceria com Glauber Seixas, a faixa narra uma partida de futebol, com seus altos e baixos, e termina com a explosão máxima da arquibancada: o gol. Neves, parceiro musical de Marisa Monte no álbum “Portas” (2021), explica como procurou recriar essas nuances.
A música tem essa coisa da tensão junto com o suingue do samba que é justamente o grande diferencial do futebol brasileiro, né. O lance da improvisação não só na música mas com a bola nos pés. A tensão tá ali presente numa jogada que não dá certo, num impedimento marcado incorretamente, aquela falta que o jogo acaba seguindo, mas também explode na euforia de sentir seu time marcando um gol. Rola um breque também na música, que é aquele silêncio que dura segundos logo antes de um gol onde geral fica apreensivo
Antonio Neves, músico vascaíno
Novo álbum
“Dinamite” é a primeira faixa do novo álbum de Antonio Neves, previsto para ser lançado ainda no mês de maio. Apesar de já ter transitado, durante os quase 20 anos de carreira, por diversos ritmos, o novo lançamento de Neves, que tem trabalhos de sucesso ao lado de Marisa Monte, Alaíde Costa e outros nomes da música brasileira, se aprofunda no samba.
Samba é o ritmo que acompanha o músico desde a adolescência, quando começou a tocar em shows de samba de gafieira na Lapa, bairro do Rio de Janeiro. E a escolha de “Dinamite” como single e abertura do novo disco não foi à toa. Para Neves, o time tem relação direta com sua personalidade.
“Me considero bem vascaíno. Tem gente que nem me conhece e pergunta: tu é Vasco né? Acho que tem a ver com esse ‘mal humor engraçado’. Mas, engraçado, o disco é uma resenha clássica de um boêmio carioca. Seja numa mesa de bar, na praia, num estádio, numa roda de choro. A ideia foi trazer essa atmosfera para músicas sempre jogando com o humor e com a malandragem”, disse o músico.
Vasco em 2024
Apesar do tom bem-humorado e boêmio do álbum, o mesmo não se pode dizer do ano do Vasco. Sem vencer há cinco jogos e na zona de rebaixamento do Brasileirão, o clube passa por momento conturbado também com troca de técnico após a demissão de Ramon Díaz.
E as expectativas dos vascaínos, inclusive de Antonio Neves, para o resto da temporada, não são boas.
“Tá triste, tá ruim. Depois de tanta promessa e supostos investimentos. Fico imaginando uma criança, como faz pra torcer pro Vasco desse jeito. Um time que tem uma das torcidas mais fiéis. Se não a mais fiel, apoiando o time na segunda divisão, ganhando ou perdendo. Realmente um desrespeito”, desabafou.
A homenagem na música “Dinamite” serve também para isso: levar esperança e relembrar o vascaíno da grandeza do clube e de quem já passou pelos gramados de São Januário.
“Espero que a música traga as memórias da época do Dinamite, que eu não cheguei a ver jogar, mas vi Juninho Pernambucano, Romário, Edmundo. Vamos ver se dá um gás nessa galera nova aí”, concluiu Antonio Neves.