O Vasco jogou contra o Bahia, nesta segunda-feira, seu melhor tempo nesta temporada. A primeira etapa foi de total controle em São Januário, e a vitória por 3 a 2 mostrou que o time de Rafael Paiva tem condições de brigar por vaga na Libertadores. O desempenho faz o torcedor sonhar com a participação na principal competição do continente em 2025.
Até os 29 minutos do segundo tempo o Vasco dominou o adversário direto na parte de cima da tabela. A reta final foi de sufoco desnecessário, mas, com todas as circunstâncias, é justo que a análise do primeiro tempo prevaleça.
O técnico Rafael Paiva não teve quatro jogadores titulares à disposição: o zagueiro Léo e o meia Coutinho, com desgaste físico, e o volante Hugo Moura e o centroavante Vegetti, suspensos, não jogaram. Mas o Vasco conseguiu superar os importantes desfalques.
Estratégia de Paiva nos jogos recentes, a pressão alta funcionou bem no primeiro tempo. O Vasco cercou a saída de bola e não deu brechas para o Bahia encaixar contra-ataques. O time da casa terminou o confronto com 35 desarmes - de longe o melhor número da 31ª rodada.
Rayan - o escolhido para a vaga de Vegetti -, Puma e Emerson Rodríguez foram intensos na primeira pressão ao adversário. Galdames, o substituto de Hugo Moura, e Mateus Cocão tomaram conta do meio de campo, tanto na desconstrução quanto na organização, com toques acelerando a transição.
A dupla de pontas criou duas boas chances em três minutos: aos 8, Emerson Rodríguez acertou a trave após cruzamento de Puma e, aos 11, o colombiano aproveitou rebote no chute de canhota do uruguaio para abrir o placar. O camisa 2 fez um de seus melhores jogos pelo Vasco e participou das principais jogadas ofensivas do time, mostrando porque desbancou jogadores que são da posição.
Num cenário de tática bem aplicada, com o coletivo correspondendo bem, o talento da estrela do time deu as caras. Payet teve sua melhor exibição no Campeonato Brasileiro. Aos 17, de pênalti, e aos 31, em bonito chute de fora da área, o francês ajustou o placar para 3 a 0. Inversões, passes de primeira, pivô, duelos físicos... O camisa 10 mostrou repertório. Começo fulminante do Vasco.
Os melhores momentos do Bahia foram quando o time conseguiu sair da pressão do Vasco. Aconteceu aos 41 minutos, com Lucas Piton deixando Ademir cruzar, e Maicon não marcando Luciano Rodríguez, que cabeceou livre para diminuir. Foi um dos poucos lances em que Léo Jardim ficou exposto, o que diz muito sobre o bom nível dos 11 titulares.
O início do segundo tempo foi de pressão parecida do Vasco, que manteve a marcação agressiva e deu a bola para Payet tentar abrir os caminhos. Um jogo tranquilo até os 29 minutos, quando Ademir marcou o segundo gol do Bahia numa bola perdida por Maxime no meio-campo. Os sustos a partir dali foram desnecessários, mas justificáveis.
O elenco do Vasco é limitado e ficou ainda mais sem quatro titulares à disposição. A expectativa era de um segundo tempo mais sofrido com as mudanças que Paiva precisaria fazer. O time cansou e deu espaço para o Bahia transitar, mas ainda assim teve chances de fazer o quarto gol.
Se Puma e Payet vinham sendo os destaques do jogo, a pressão do Bahia nos 15 minutos finais fez surgir outro personagem do Vasco: aos 48, Ratão parou em defesa de Léo Jardim à queima-roupa. Pela ótica dos 76 minutos - até o momento que o time vencia por 3 a 1 -, o milagre do goleiro impediu o que seria um resultado injusto em São Januário.
Números de Vasco x Bahia:
É com o foco neste melhor tempo do time no ano que dá para dizer que o Vasco sai do jogo contra o Bahia olhando para cima na tabela. A diferença de seis pontos entre os times já caiu para três. Que venha o Botafogo, no dia 5 de novembro, no Nilton Santos.