O Vasco ficou no empate em 0 a 0 em mais um clássico no Carioca. O enredo da partida contra o Fluminense, nesta Quarta-feira de Cinzas, foi parecido com o jogo contra o Flamengo - a equipe foi melhor, teve mais chances de sair vitoriosa, mas ficou no empate sem gols.
Em um jogo no qual os jogadores e a comissão técnica do Vasco declararam que foi "roubado", palavra usada por Emiliano Díaz para definir a arbitragem de Bruno Mota Correia no Maracanã, há mais pontos positivos do que negativos a serem ressaltados sobre a atuação.
A começar pelos positivos. Esta foi mais uma atuação sólida do Vasco no Campeonato Carioca. Na condição de atual campeão da Libertadores e líder da competição, o Fluminense foi inferior ao time de Ramón Díaz e não criou grandes chances de gol. Foi mais uma partida segura defensivamente, com o esquema de três zagueiros cada vez mais entrosado.
Outras boas notícias foram as atuações de João Victor e Zé Gabriel. Maior investimento neste segundo ano de SAF, o zagueiro demonstrou muita qualidade e velocidade na defesa e surpreendeu no ataque, tendo liberdade para criar e avançar com a bola. Já o volante, por vezes questionado, foi incansável na marcação e fez boa partida no meio de campo, setor onde o adversário é forte.
O esquema de três zagueiros facilita a chegada dos alas Paulo Henrique e Lucas Piton ao ataque, e essa é a melhor arma do Vasco em 2024. Principalmente com o ala-esquerdo, que é o melhor jogador da equipe na temporada. Piton teve mais uma boa partida, sendo o principal armador da equipe ao lado de Payet. O lateral tem repetido boas atuações formando uma dupla com o francês.
E por que o Vasco não venceu?
Porque não soube finalizar melhor as chances que criou. O Vasco até balançou as redes com David, mas o gol foi anulado pela arbitragem. Em lance polêmico, os jogadores e a comissão técnica do clube discordaram da anulação do gol.
Em outro lance que o Vasco reclama, Vegetti também mandou a bola para o fundo das redes, mas o árbitro Bruno Mota marcou falta do argentino em André, antes da conclusão da jogada. Assim, o VAR não pôde intervir no lance, isso se interpretasse que não houve falta.
No entanto, o Vasco teve outras chances e também pecou na finalização - por azar ou falta de qualidade. No primeiro tempo, Léo mandou no travessão em falta cobrada por Payet. Logo após a anulação do gol de David, o atacante saiu cara a cara novamente com Fábio e não finalizou a jogada, sendo desarmado por André.
No início do primeiro tempo, Payet também não finalizou em duas oportunidades onde se encontrava livre para concluir a gol. Galdames, no fim, quase fez de cabeça. O Vasco criou chances para sair vitorioso do Maracanã, assim como na partida contra o Flamengo, quando parou em cima da linha duas vezes, mas parou no "quase" e não venceu a partida.
- A gente trabalha para ter finalizações, depois é o futebol. Não é tão fácil, o gramado está muito ruim, é difícil chegar e finalizar. O importante é que o sistema está encaixando e o grupo está entendendo a forma de jogar - disse Emiliano, em entrevista coletiva após o empate.
Para se colocar novamente na zona de acesso às semifinais do Campeonato Carioca, o Vasco deve repetir contra o Botafogo as boas atuações que teve contra Flamengo e Fluminense, mas precisa ser mais eficiente no ataque para vencer o próximo clássico, que será no domingo, às 16h.
A tônica dos gols perdidos tem sido frequente nos jogos do Vasco. Contra o Audax, a equipe de Ramón Díaz desperdiçou a chance de fazer uma goleada em Manaus, mas venceu apenas por 1 a 0.
Apesar de todas as polêmicas sobre arbitragem, com o pedido de pênalti de Cano e os gols anulados de David e Vegetti, o Vasco seguiu competindo em bom nível contra mais um rival e mostrou evolução, principalmente na parte da criação. O desafio é manter o padrão contra todas as equipes e ter mais qualidade na hora de concluir as jogadas em gols.