O Vasco foi melhor, criou, finalizou, saiu na frente, mas ficou apenas no empate em 1 a 1 com o Grêmio, neste sábado (19), em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. E as substituições de Fernando Diniz acabaram sendo decisivas para o andamento da partida. Para o bem e para o mal, por mais que o técnico negue.
Por mais que não tenha apresentado um grande futebol, o Vasco conseguiu se recuperar, em parte, da goleada sofrida pelo Independiente del Valle, na Copa Sul-Americana, foi superior o Grêmio. O gol de Lucas Freitas só saiu aos 19′ do segundo tempo, mas o Vasco continuou em cima e teve chances de ampliar.
Foi, então, que apareceu o dedo Fernando Diniz. O técnico fez apenas duas substituições durante toda a partida. E a atuação do time após essas mexidas e a explicação do treinador após a partida acabaram expondo uma contradição do treinador vascaíno.
Após o atacante David sentir dores e cair no gramado, o técnico Fernando Diniz colocou o volante Mateus Carvalho no time, aos 30′ do segundo tempo. Neste momento, o Grêmio passou a aproveitar melhor os espaços e chegou ao empate cinco minutos depois.
O Tricolor ainda teve a chance de virar, mas o Vasco voltou a melhorar após a entrada do atacante Loide Augusto no lugar do zagueiro João Victor, improvisando Hugo Moura na zaga.
No entanto, apesar do que o campo mostrou e o que o resultado em campo deixou claro, Fernando Diniz, que mostrou certo incômodo com a pergunta, negou que a entrada de Mateus Carvalho tenha feito o time recuar.
— Em relação às mudanças, não tem absolutamente nada a ver, o time não recuou porque o Mateus Carvalho entrou. O Tchê Tchê tem o domínio para fazer qualquer função, o Nuno voltou para a função dele. O time recuou porque recuou, chutou umas bolas para frente que não precisava chutar. O time poderia ter calma para buscar o segundo gol. Imagina só se eu tivesse colocado o Loide, que era o único atacante de lado era o Loide. O gol provavelmente ia sair do mesmo jeito, uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Aí o questionamento ia ser outro: você acha que perdeu porque entrou o Loide? — disse Fernando Diniz ao ser questionado sobre a entrada de Mateus Carvalho.
— Essa é uma pergunta que não tem muito sentido. A mudança foi porque faltava poucos minutos para terminar, o Mateus Carvalho é o que está mais treinado para a função, e o Tchê Tchê sabe fazer qualquer função no campo. Para aquele momento, a gente achou que era a melhor decisão — reforçou o treinador.
Diniz explica ter feito apenas duas mexidas
Durante a coletiva, o técnico Fernando Diniz também foi questionado sobre o fato de ter feito apenas duas substituições durante a partida. Para ele, não havia necessidade de fazer mais mexidas na equipe vascaína, o que acaba expondo outra contradição com o estilo ousado e corajoso do técnico.
— Existem cinco substituições para quê? Você mexe para melhorar o time. O time estava jogando mal em algum momento? Muito pelo contrário. Se o David não machuca, talvez eu nem mexesse em ninguém. Do jeito que o time estava encaixado, soberano no jogo, eu ia demorar muito mais para mexer — explicou Fernando Diniz.
— Tenho um mês aqui praticamente de treino e jogo. A gente já está com o desfalque do Coutinho, GB se machucou, o próprio Loide teve problema particular, foi a Portugal e acabou de voltar. Eu não vou fazer substituições só porque há substituições. Não é nada obrigatório. Se o David não machuca, talvez eu nem fizesse, ou deixasse para fazer lá no finalzinho. Não está todo mundo ainda na mesma página da parte tática, é muito pouco tempo. E mesmo daqui a um tempo, se eu achar que precisa mudar, que o Vasco vá ficar mais forte para fazer o segundo gol e não tomar, eu vou mudar. Se não, não vou mudar. A minha apreciação do jogo é nesse sentido: mudo quando acho que vai melhorar o time, não mudo porque tenho substituições para fazer — completou o treinador.