O Vasco perdeu para o Flamengo, resultado normal em um clássico entre as duas equipes e com a diferença de investimento que ainda existe entre elas. Mas o técnico Maurício Barbieri fez questão de chamar uma responsabilidade extra para si: oito dias depois de vencer o adversário, em vez de repetir a escalação, mudou o time.
Se vencesse o clássico, ganharia muitos pontos. Como perdeu, a pergunta inevitável foi: por que mexer no time que ganhou? A mudança teve a melhor das intenções.
Barbieri quis preservar Alex Teixeira de maiores obrigações defensivas. Aproximá-lo da grande área e de Pedro Raul. Perfeito. O camisa 7 tem no oportunismo dentro da área uma virtude e já mostrou que rende muito pouco quando é deslocado demais para o ataque pela esquerda. E o camisa 9 sofreu com isolamento em alguns momentos na primeira vez que encarou o Flamengo.
A medida se mostrou tão acertada que foi numa trama combinada entre os dois atacantes que Teixeira fez o segundo gol do Vasco no clássico. Aparecendo para cabecear dentro da área rubro-negra.
O problema foi a construção que Barbieri encontrou para isso. Recuou Andrey Santos para fazer o papel de primeiro volante e escalou Galarza para completar uma segunda linha de quatro, à frente da linha defensiva.
O meia paraguaio não deu conta do nível do jogo, mas isso não foi o pior. O recuo de Andrey Santos para jogar como primeiro volante dá a sensação de que o jogador está sendo subaproveitado. Andrey até consegue ser esse homem mais postado à frente da defesa, mas ele acaba perdendo demais uma virtude enorme: a capacidade de entrar na área adversária e fazer gols.
Rodrigo marcou bem os jogadores do Flamengo na partida pela Taça Guanabara e sua ausência abriu caminho para o Flamengo criar as jogadas mais pelo meio de campo, onde o time de Vítor Pereira, por questões de virtudes individuais, cria melhor. Deu no que deu.