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Admar Lopes elogia diretoria: 'Bastante responsável...'

O Vasco apresentou um novo diretor de futebol nesta quarta-feira. O português Admar Lopes deu entrevista coletiva na Barra da Tijuca e deu detalhes sobre o planejamento para a próxima janela de transferências. O diretor disse que sabe da necessidade de reforços, ainda vê o elenco desequilibrado em algumas posições e afirmou que quer manter Rayan no clube até o fim do ano.

Admar disse que admira o trabalho de Fernando Diniz e que o técnico pediu reforços que cheguem para jogar, sem "trazer por trazer". Ele disse que há potencial no elenco para fazer mais do que o time vinha fazendo até aqui.

— Tive a oportunidade de assistir todos os jogos desde que o Diniz chegou. Coletivamente, houve uma evolução muito grande. Acho que o elenco é um pouco desequilibrado em algumas funções, pode faltar um ou outro perfil, mas sei que o Diniz quer jogadores que cheguem e ajudem de forma inequívoca — disse o diretor, que completou:

— Trazer por trazer não faz sentido nem para ele e nem para nós. Há um ou outro perfil que falte, estamos analisando, mas creio que há potencial para o elenco fazer melhor do que fez até esta altura da temporada.

O novo diretor do Vasco revelou que Fernando Diniz pediu para que nenhum dos 12 jogadores mais utilizados seja negociado nesta janela de transferências, principalmente Rayan. Admar revelou que tem a expectativa de segurar o atacante, pelo menos, até o fim do ano, mas que se algum clube pagar a multa do atacante, a direção não pode fazer nada.

— O Mister Diniz pediu que os 11 jogadores, 12 mais utilizados, não exista negociação nesta janela. A questão é que o Vasco vive uma situação financeira complexa e há propostas que não podem ser recusadas. Minha expectativa com a diretoria é manter o Rayan, não negociar nesta janela, mas há um multa e se pagarem não podemos fazer nada. Eu acredito que o Rayan vai ficar até o fim do ano no Vasco, mas nada é impossível no futebol.

Foto: VascoTV, reprodução/YouTubeAdmar Lopes
Admar Lopes

O diretor disse que há conversas para a renovação de Coutinho e Léo Jardim. O meia tem contrato de empréstimo com o Vasco até o fim de junho, enquanto o goleiro tem vínculo até o fim do ano. Ele disse que há propostas na mesa e que há a possibilidade de novidades nos próximos dias.

— Existem conversas abertas em relação a renovação dos dois jogadores. Existe um interesse grande do Vasco para que continuem, de toda a gente e inclusive o técnico. Existem conversas em andamento, propostas sobre a mesa, e nos próximos dias poderá existir novidade em relação aos dois casos.

O ge publicou na manhã desta quarta-feira que o Vasco fez uma nova proposta para Léo Jardim e avançou na negociação para a renovação de contrato. Admar disse que há vontade dos dois lados para a concretização das negociações.

— Tenho um passado profissional com ele (Léo Jardim), mantivemos uma relação de amizade, é alguém que pontualmente eu me comunicava, e foi umas primeiras pessoas a parabenizar quando aceitei esse desafio no Vasco. Temos conversado e acredito que teremos avanços significativos sobre a renovação nos próximos dias. É a vontade de ambas as partes e quando isso acontece o entendimento acaba por chegar.

O diretor chamou a diretoria de Pedrinho de responsável e disse saber da situação financeira complicada do clube. Admar revelou que o Vasco precisa aliviar a folha de salários para poder contratar mais, mas disse que há espaço no orçamento para fazer contratações.

— Desde que comecei a conversar com a diretoria, ficou muito claro que se trata de uma diretoria bastante responsável. Sempre me explicaram e me fizeram entender a grandeza, a exigência, mas também a situação financeira complicada. Sendo assim, temos vontade de trazer jogadores que acrescentem, mas temos a noção que precisamos resolver primeiro outras situações no elenco.

— Temos que aliviar a folha para poder contratar. Temos algo dentro do nosso bolso, das nossas possibilidades, que podemos trazer. Queremos reforçar e acreditamos que traremos jogadores que possam ajudar na equipe.

Admar disse que a prioridade no mercado de transferências será por contratar jogadores com boa adaptação ao futebol brasileiro, porque a janela do meio do ano é não dá muito tempo para o jogador se adaptar.

— A janela do meio do ano é muito particular e específica. Não dá muito tempo para o jogador se adaptar. Ou seja, o primeiro critério será a qualidade e o segundo se encaixa financeiramente nos nossos recursos. A partir daí, se houver uma facilidade de adaptação, será priorizado jogador que tenha qualquer ligação ao futebol brasileiro ou sul-americano.

— Não quer dizer que se for outro perfil, não vai entrar. Que é o caso do Nuno que se adaptou rapidamente. Vamos analisar o perfil do jogador e não o país ou o passaporte. No meio do ano, a prioridade está nos jogadores que tenham adaptação mais rápida.

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Objetivos a curto e longo prazo

— O objetivo do Vasco é dar passos curtos e estáveis na continuidade do que essa direção está fazendo para colocar o clube onde merece. Existe a ambição interna, da minha parte e das pessoas, o presidente, o Felipe, como ex-jogadores e conhecedores da história do Vasco, me passaram a responsabilidade, exigência e ambição. O objetivo é fazer o melhor em todas as competições, que são importantes. Vamos escalar nas duas competições de mata-mata e fazer um Brasileirão igual ao melhor do que o ano passado, classificar para competições continentais.

Conversas com Diniz

— Na última semana já houve várias conversas com a diretoria, com Felipe e com Diniz. O objetivo é analisar o que existe, perceber as necessidades junto ao técnico. Existe um grupo. No momento da temporada, o Vasco precisa do máximo de solidez possível. Com a janela no meio do ano, e com as necessidades do Vasco e a capacidade financeira, estamos abertos a qualquer chegada e qualquer saída.

Estilo de Fernando Diniz

— Sou um fã do Diniz desde antes de ser cogitado pelo Vasco e tive a oportunidade de falar isso para ele. São equipes com uma identidade muito forte, eu gosto, com ideias bem definidas e capacidade de tirar o máximo dos jogadores. Já vimos jogadores que cresceram e acho que ele vai tirar ainda mais. Definitivamente, contrataria o Diniz se tivesse oportunidade.

Departamento de scout

— Estive reunido com os scooters do clube, conversamos bastante e nosso objetivo é trabalhar com eles. Humildemente, acho que consigo aportar alguma coisa em termos de processo, de visão, de formas de ver o futebol... Vamos tentar otimizar os recursos existentes e o objetivo é manter, analisar e trabalhar juntos para dar respostas às necessidades do Vasco com a equipe existente.

Grandes contratações

— Sonhar, eu sonho. Mas neste momento contratar um jogador com o Douglas Luiz é completamente impensável. Nesta janela, é difícil buscar um jogador deste nível. Futuramente, se for um jogador que esteja com vontade de jogar no Vasco, fisicamente com as condições, tecnicamente acrescente, as portas estarão sempre abertas, desde que cumpram os requisitos e a responsabilidade financeira da direção. Nesta janela, vai ser difícil trazer um jogador deste calibre.

Reforços

— Acabei de chegar e temos um técnico com dimensão, tamanho e competência do Fernando Diniz. Estamos no meio da temporada e tudo o que fizermos será com o parecer positivo do técnico e do Felipe. Tenho ideias, um perfil de jogadores interessantes, e temos uma visão semelhantes. Com certeza, vamos encontrar jogadores eu todos estejam de acordo e sejamos unânimes na decisão. Ainda não falei com o Diniz sobre nomes concretos, mais sobre perfil. Mas isso vai acontecer nos próximos dias.

Aprendizado do período no Bordeaux

— Foi uma grande honra representar um clube desta dimensão no pior período da história. Esportivamente não foi incrível, mas foi razoável dentro das limitações que tínhamos. A forma que o futebol francês está organizado em termos de Fair Play financeiro é diferente do brasileiro. Tivemos dificuldades em contratar jogadores, mas entendo que com as vendas que fizemos o trabalho foi positivo. Infelizmente, as questões foram dívidas antigas, falta de investidor, e o clube acabou por viver este inferno por questões administrativas e não esportivas. O aprendizado foi grande, eu era mais jovem e hoje venho mais calejado para situações deste gênero. Minha relação com a torcida sempre foi boa. O Vasco vive uma situação difícil, mas tem maior estabilidade emocional e esportiva em relação ao timing que vivi no Bordeaux. Acho que estou preparado.

Fonte: ge